Universidade da Pensilvânia proíbe atletas trans em competições femininas, após pressão de Trump
UPenn firmou acordo com o Departamento de Educação dos EUA para evitar corte de verbas federais; medida exige reconhecimento apenas de gênero biológico

Vicklin Moraes
A Universidade da Pensilvânia (UPenn) cedeu à pressão do governo do presidente Donald Trump e concordou em proibir a participação de atletas transgêneros em modalidades esportivas femininas da instituição. A decisão foi divulgada nesta terça-feira (1º) pelo Departamento de Educação dos Estados Unidos.
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Segundo o governo federal, a UPenn teria violado o Título IX — legislação que proíbe discriminação com base no sexo em instituições que recebem recursos públicos — ao permitir que atletas trans competissem em categorias femininas. A universidade assinou um acordo com o Departamento para evitar que o caso se tornasse uma ação judicial que pudesse resultar na perda de verbas federais.
O caso mais emblemático envolvendo a universidade e atletas trans é o de Lia Catherine Thomas, nadadora americana da Universidade da Pensilvânia e a primeira atleta abertamente transgênera a vencer um campeonato nacional da Divisão I da NCAA.
Como parte do acordo, a universidade se compromete a:
- Restaurar às atletas cisgênero todos os títulos, recordes e prêmios que tenham sido superados por atletas trans;
- Emitir uma declaração pública à comunidade acadêmica afirmando que cumprirá o Título IX, com base em definições biológicas de “masculino” e “feminino”;
- Proibir a participação de pessoas trans em categorias esportivas que não correspondam ao seu sexo de nascimento;
- Proibir o uso de vestiários e instalações íntimas femininas por pessoas consideradas do sexo masculino;
- ublicar a declaração em destaque nos sites oficiais da universidade;
- Enviar cartas de desculpas a cada atleta cis afetada.
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O acordo assinado pela universidade foi comemorado pela Secretária de Educação dos Estados Unidos, Linda McMahon.
"O acordo de resolução de hoje com a UPenn é mais um exemplo do efeito Trump em ação. Graças à liderança do Presidente Trump, a UPenn concordou em se desculpar por suas violações anteriores do Título IX e em garantir que o esporte feminino seja protegido na Universidade para as futuras gerações de atletas", disse Mc Mahon em comunicado a imprensa.
Governo Trump X Trans
Desde o retorno para a Casa Branca, Trump tem adotado uma série de medidas contra a população trans. Uma ordem executiva assinada por ele determinou que os Estados Unidos reconhecessem apenas os gêneros "masculino" e "feminino", considerados imutáveis desde o nascimento. Trump ainda aplicou a proibição de pessoas transgênero nos serviços militares.
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Casos como o da atriz Hunter Schafer, que relatou ter recebido um passaporte com identificação "masculina", e da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), que teve o visto negado com sua identidade de gênero, ganharam repercussão. A Embaixada dos EUA respondeu que a nova política reconhece apenas dois sexos biológicos.
Outro decreto de Trump exige que mulheres trans presas sejam alocadas em presídios masculinos e proíbe o fornecimento de cuidados de afirmação de gênero nas unidades prisionais federais.