Bolsonaro aparece nas redes sociais, mas ignora prisão de Braga Netto
Ex-presidente não comentou o assunto, apesar da pressão de seguidores. Braga Netto era candidato a vice de Bolsonaro
Gabriella Furquim
Horas após a prisão de Braga Netto, o ex-presidente Jair Bolsonaro apareceu nas redes sociais. Mas, contrariando a expectativa dos seus seguidores, ele não comentou o episódio. Bolsonaro listou, no X (antigo Twitter), ações do seu governo como dobrar “o limite de venda do produtor individual (agricultura familiar) para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE)”.
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Mesmo com uma enxurrada de comentários pedindo que o ex-presidente comentasse a prisão preventiva do general da reserva, que foi ministro e vice na chapa de Bolsonaro em 2022, o político se manteve calado sobre o assunto.
Logo depois, Bolsonaro compartilhou um vídeo do ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) Gustavo Montezano e comentou: Ex presidente do BNDES mostra como o banco foi administrado. Assim foi todo o governo Jair Bolsonaro”.
Braga Netto foi preso pela Polícia Federal no início da manhã, no Rio de Janeiro. Ele é acusado de obstrução de justiça no inquérito que apura a tentativa de golpe de Estado.
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O mandado de prisão preventiva foi expedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido da PF. Segundo os agentes, Braga Netto tentou obter informações sobre a delação premiada do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro tenente-coronel Mauro Cid, bem como controlar as informações fornecidas e alinhar versões entre os investigados.
Em uma audiência com Moraes, Cid revelou que Braga Netto forneceu dinheiro aos militares das Forças Especiais do Exército (os chamados “kids pretos”). O grupo estava envolvido nas atividades golpistas, que incluíam um plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e Moraes.
Braga Netto foi preso em sua casa em Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro, onde as equipes também cumpriram mandados de busca e apreensão. O militar foi levado para a sede da Polícia Federal e, posteriormente, para a 1ª Divisão do Exército, na Vila Militar, na zona oeste do Rio, onde terá direito a uma cela/sala especial.