Mais de 1.200 pessoas passam Natal em abrigos no RS após enchentes históricas
Gaúchos que perderam suas casas ganharam ceia e presentes enquanto esperam por moradias permanentes
Guilherme Rocket
Em Porto Alegre, mais de 1200 pessoas que perderam suas casas nas enchentes de maio de 2024 mantiveram a tradição natalina com uma ceia especial oferecida em um dos abrigos.
Raquel, uma das moradoras do abrigo na região das Ilhas de Porto Alegre, vive no local com seu filho desde que sua casa foi destruída pelas águas. Outros 360 desabrigados compartilham o espaço, montado pelo governo estadual e administrado pela ONU. No cardápio da ceia natalina, arroz à grega, frango e lombo à Califórnia. As crianças receberam presentes.
O Rio Grande do Sul mantém 26 espaços de acolhimento em funcionamento, distribuídos por 15 cidades. A maior concentração está na região metropolitana de Porto Alegre e no Vale do Taquari, as mais atingidas pelas enchentes.
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A expectativa é que os abrigos sejam desativados em junho de 2024, à medida que programas habitacionais permanentes, como o Compra Assistida, avançam. Angélica Maria Hoch, que já passou por três abrigos, aguarda sua inclusão no programa. “Fiz todos os papéis. Vamos ver se meu nome sai na próxima lista”, declarou.
Enquanto esperam por soluções definitivas, laços de amizade se fortalecem. “Agora, não nos separamos mais. Vamos arrumar casas lado a lado, para ficarmos juntos”, disse Luciana Pereira. A esperança de retomar a vida em um lar inspira os moradores. “Quero levar minha família para minha casa e reunir todos os amigos novamente. Essa amizade a gente não joga fora”, finalizou Maria Nilda.