Tecnologia

Unreal Engine 5: Novo motor gráfico transforma jogos em produções cinematográficas; entenda

Em entrevista, diretor de 'The Outer Worlds 2' explica como tecnologia da Epic Games promove experiências realistas e imersivas

Imagem da noticia Unreal Engine 5: Novo motor gráfico transforma jogos em produções cinematográficas; entenda
Desenvolvido com novo motor gráfico da Epic Games, 'The Outer Worlds 2' já está disponível para Xbox Series X|S, PS5 e PC | Divulgação/Obsidian Entertainment
• Atualizado em
Publicidade

Nos últimos anos, os jogos de videogame têm ficado cada vez mais próximos do cinema em termos de realismo e imersão. Não é apenas uma questão de gráficos “bonitos”: os mundos virtuais estão mais amplos, detalhados e reativos às ações do jogador.

Grande parte dessa transformação vem do avanço das ferramentas usadas para criar essas experiências, e uma das mais importantes é o Unreal Engine 5, da Epic Games.

+ Crescimento dos eSports impulsiona consumo de equipamentos gamers no Brasil

Se a versão anterior, o Unreal Engine 4, já havia impulsionado jogos como Fortnite, a nova geração do motor gráfico está levando o desenvolvimento a outro patamar. Hoje, games como 'The Outer Worlds 2' e 'Black Myth: Wukong' usam o poder da Unreal Engine 5 para criar mundos tão complexos e cinematográficos quanto uma superprodução de Hollywood.

Mas afinal, o que mudou, e por que isso é tão importante mesmo para quem não entende de programação ou modelagem 3D?

A tecnologia por trás da revolução visual

Em linguagem simples, o “motor gráfico” é a base de qualquer jogo. É o sistema que faz tudo acontecer: os cenários, os personagens, a iluminação, o som e a física. A cada nova geração, esse motor se torna mais eficiente, permitindo que os estúdios criem mundos mais detalhados sem exigir o mesmo esforço técnico de antes.

+ Finais sul-americanas de Rainbow Six Siege X acontecem em São Paulo com prêmio de R$ 500 mil

No caso do Unreal Engine 5, o salto é especialmente visível por três motivos principais: mais realismo e luz dinâmica com o sistema Lumen, modelos muito mais detalhados com a tecnologia Nanite e mundos maiores com carregamento instantâneo.

Em resumo: o Unreal Engine 5 permite que os criadores façam mais, com menos limitações. E para o jogador, isso se traduz em experiências mais imersivas, fluidas e convincentes.

Os jogos que estão moldando essa nova fase

Desde 2023, vários estúdios começaram a migrar para o Unreal Engine 5, e o resultado é uma nova safra de produções visualmente impressionantes. Títulos como 'Black Myth: Wukong' chamam atenção por seus visuais quase fotorealistas, enquanto 'Fortnite' recebeu atualizações que demonstraram o poder do motor em tempo real.

+ Final nacional de torneio de Tetris leva tecnologia, música e cultura gamer à Avenida Paulista

Mas um dos exemplos mais interessantes é justamente 'The Outer Worlds 2', novo RPG da Obsidian Entertainment, estúdio conhecido por unir humor, sátira e escolhas morais em universos de ficção científica.

Em entrevista exclusiva, o diretor de arte do jogo, Daniel Alpert, explicou como a tecnologia foi essencial para a equipe elevar o escopo do jogo.

“Com o Unreal Engine 5, conseguimos pegar tudo o que havíamos construído em The Outer Worlds 1 e fazer um jogo maior. Agora temos iluminação dinâmica, mais personagens na tela e mundos mais amplos para explorar.”

Segundo Alpert, o novo motor permite criar ambientes mais vivos e complexos, sem abrir mão do visual retrofuturista que define a franquia de 'The Outer Worlds'. “Conseguimos colocar muito mais conteúdo no mundo: armas, criaturas, histórias visuais e pequenos detalhes que os jogadores vão descobrir explorando", acrescentou o diretor de arte.

Um salto que muda a forma de jogar

O impacto do avanço dos motores gráficos não é apenas técnico. Ele muda a forma como os jogadores experimentam os mundos digitais. Em 'The Outer Worlds 2', por exemplo, a Obsidian aproveitou a tecnologia para criar a colônia de Arcádia, um planeta inédito dominado por um governo autoritário chamado Protectorado.

Cenário do jogo 'The Outer Worlds 2' | Divulgação/Obsidian Entertainment
Cenário do jogo 'The Outer Worlds 2' | Divulgação/Obsidian Entertainment

Com o Unreal Engine 5, a equipe conseguiu construir regiões inteiras interconectadas, sem que o jogador precise encarar interrupções ou telas de carregamento.

Além disso, a iluminação global dinâmica ajuda a definir a atmosfera de cada ambiente. Em uma base congelada, o reflexo azulado do gelo muda conforme o horário do dia. Já nos distritos urbanos, letreiros coloridos e brilhos artificiais criam um contraste visual que reforça a crítica social e o humor da Obsidian.

+ Dona de ChatGPT assina acordo de US$ 38 bilhões por área de IA da Amazon

Esses detalhes podem passar despercebidos em meio à ação, mas são eles que transformam o jogo em algo mais imersivo. A tecnologia serve de base para a arte, e não o contrário.

Na prática, o Unreal Engine 5 não é apenas “mais bonito”, ele libera os criadores para imaginar mundos que antes seriam inviáveis em termos técnicos. E é por isso que tantos estúdios estão migrando rapidamente para essa nova base.

A nova geração chegou e está mais acessível

O mais interessante é que o Unreal Engine 5 não beneficia apenas grandes empresas. A Epic Games disponibiliza o motor gratuitamente para desenvolvedores independentes, cobrando royalties apenas quando o jogo ultrapassa certo volume de vendas. Isso democratiza a tecnologia e abre espaço para que criadores menores experimentem o mesmo nível técnico de um grande estúdio.

O futuro dos mundos virtuais

Questionado sobre o impacto da tecnologia, Daniel Alpert ressaltou que o objetivo nunca foi apenas impressionar visualmente, mas aumentar o senso de descoberta.

“Queríamos que os jogadores pudessem explorar sem limites. Cada canto de Arcádia tem algo a contar, seja uma arma escondida, uma pequena história ou um detalhe visual.”

Essa liberdade é o que os motores gráficos atuais prometem oferecer aos jogos: menos barreiras entre jogador e mundo digital, e mais espaço para a imaginação.

Cenário do jogo 'The Outer Worlds 2' | Divulgação/Obsidian Entertainment
Cenário do jogo 'The Outer Worlds 2' | Divulgação/Obsidian Entertainment

Em um cenário onde games e cinema se aproximam cada vez mais, o novo motor gráfico da Epic Games representa o que talvez seja o maior salto desde o início da era 3D. E 'The Outer Worlds 2', com seu humor afiado e sua nova ambição visual, é um ótimo exemplo de como a tecnologia pode servir à narrativa, não apenas como pano de fundo, mas como parte essencial da experiência.

'The Outer Worlds 2' foi lançado em 29 de outubro de 2025 para Xbox Series X|S, PS5 e PC e está disponível no Game Pass desde o lançamento.

Publicidade

Últimas Notícias

Publicidade