Telegram cede e vai compartilhar dados com as autoridades
Plataforma tomou a decisão após a prisão de seu fundador, Pavel Durov; dados de suspeitos serão liberados para investigação, após pedidos na justiça
Cido Coelho
Um mês após a prisão de Pavel Durov, fundador e principal executivo do aplicativo de mensagens Telegram, na França, em 24 de agosto, sob acusações de colaboração com atividades criminosas, a plataforma anunciou que irá colaborar e compartilhar os dados solicitados pelas autoridades.
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Há algum tempo, o Telegram vinha sofrendo pressões de governos para colaborar com o compartilhamento de dados solicitados pelas autoridades.
A plataforma ignorava os pedidos até que seu fundador foi detido em Paris, sob a acusação de usar a tecnologia para facilitar o tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e promoção do terrorismo.
Após a liberação de Durov, o Telegram anunciou medidas para coibir a circulação de conteúdo ilegal no aplicativo de mensagens, sendo a principal mudança o fornecimento de dados de usuários quando solicitado pelas autoridades.
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Endereços de IP (registro do computador) e números de telefone de usuários suspeitos de violarem as regras de uso da rede estarão disponíveis caso seja solicitado pelos governos em uma investigação ou suspeita de práticas criminosas, mediante pedido judicial.
Antes, a regra só era aplicada para casos suspeitos de terrorismo.
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Resistência aos governos
Essa mudança é impactante para o serviço, que sempre foi conhecido por sua postura de resistência em entregar dados de usuários às autoridades, o que atraiu muitos usuários preocupados com sua privacidade digital, especialmente em países com forte vigilância governamental.
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No entanto, essa postura de resistência abriu espaço para que criminosos cometessem crimes como venda de drogas, propagação de discursos de ódio e promoção de atos violentos.
Solto quatro dias depois: um novo Telegram
Durov foi liberado em 28 de agosto após pagar uma multa de 5 milhões de euros (cerca de R$ 30 milhões) e terá que se apresentar periodicamente às autoridades, além de estar impedido de sair da França até o fim das investigações.
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Dez dias após sua soltura, o Telegram começou a divulgar recursos de denúncias de ilegalidades em suas páginas de ajuda e anunciou a nova política de compartilhamento de dados de usuários com as autoridades, mediante pedido judicial.
A plataforma também conta com uma equipe de moderadores humanos, auxiliados por inteligência artificial, que ajudarão a identificar e ocultar conteúdos problemáticos nas buscas do serviço.