Mark Zuckerberg pede desculpas aos pais de crianças vítimas nas redes sociais
"Sinto muito por tudo o que vocês passaram", diz o cofundador do Facebook e CEO da Meta durante audiência no Senado dos Estados Unidos sobre exploração sexual nas redes sociais
Cido Coelho
O CEO da Meta e cofundador do Facebook, Mark Zuckerberg, pediu desculpas as famílias que tiveram crianças e adolescentes prejudicados ou afetados por conteúdos de exploração sexual infantil nas redes sociais da empresa, como Facebook e Instagram.
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Pedido aconteceu durante a audiência "As grandes companhias de tecnologia e a crise de exploração sexual infantil online", que foi convocada pela Comissão Judiciária do Senado, na quarta-feira (31).
Foi uma oportunidade dos legisladores de questionar pessoalmente os executivos de empresas menores como X e Discord. Será a primeira vez que um representante do X, Linda Yaccarino, falará ao Senado desde a aquisição da plataforma por Elon Musk.
Foram ouvidos nesta audiência:
- Linda Yaccarino, CEO do X Corp.;
- Shou Chew, CEO do TikTok Inc.;
- Evan Spiegel, co-fundador e CEO do Snap Inc.;
- Mark Zuckerberg, fundador e CEO da Meta;
- Jason Citron, CEO da Discord Inc.
O senador republicano do Missouri, Josh Hawley, questionou de forma enfática sobre sua declaração de que não havia evidências claras de que o uso das redes sociais era danoso à saúde mental.
O senador provocou Zuckerberg "estão aqui. Você já pediu desculpas às vítimas? Gostaria de fazê-lo agora? Você está aqui, estamos ao vivo na TV. Mostrem as fotos", disse Hawley.
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Então, o executivo do Instagram, Facebook e WhatsApp virou de frente às famílias presentes no congresso norte-americano e em pé fez o pedido de desculpas.
"Sinto muito por tudo o que vocês passaram", declarou perante aos presentes.
E completou:
"Ninguém deveria passar pelas coisas que as suas famílias sofreram. É por isso que investimos tanto e continuaremos os esforços para ter certeza que ninguém passe pelo [mesmo] tipo de coisas"
Assista a íntegra do pedido de desculpas (em inglês):
Empresas são acusadas de ser omissas com crianças
Na audiência no Senado dos Estados Unidos, as empresas de tecnologias foram acusadas de não fazer o necessário para limitar os riscos para os jovens e crianças nas redes sociais.
Foi pontuado que várias crianças e adolescentes foram vítimas de predadores sexuais e algumas destas cometeram suicídio.
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Algumas medidas já foram anunciadas pelas big techs como o bloqueio de mensagens diretas enviadas a adolescentes por desconhecidos no Instagram e Facebook, além do controle parental das contas, e o X anunciou a formação de um departamento para eliminar o conteúdo de exploração sexual infantil.
No entanto, a CEO do X, Linda Yaccarino ponderou que a liberdade de expressão da rede social e a segurança da plataforma podem seguir juntos.
"O X acredita que a liberdade de expressão e a segurança da plataforma podem e devem coexistir"
Os legisladores dos Estados Unidos apoiam a regulação das redes sociais para proteger o conteúdo compartilhados nestas plataformas para proteger crianças e jovens de algoritmos que provoquem ansiedade e depressão.
Outro tema discutido entre os congressistas consiste em exigir a idade dos usuários das contas, restringindo o acesso para menores de 13 anos.
O congresso brasileiro também discute medida semelhante, onde há um projeto de lei que discute a proibição de acesso às redes sociais para menores de 12 anos.