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Maioria das escolas públicas não entrega internet adequada aos alunos, aponta monitoramento

Apesar de 89% das instituições estarem conectadas à rede, só uma em cada 10 unidades usam a rede no ensino, mostra estudo do Nic.br

Maioria das escolas públicas não entrega internet adequada aos alunos, aponta monitoramento
Internet de baixa qualidade limita a possibilidade de novas práticas educacionais, aponta a autoridade de internet brasileira | Agência Brasília
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A distribuição de internet para os estudantes de escolas públicas brasileiras ainda continua precária ou insuficiente. De cada 10 escolas no Brasil, 1 consegue prover internet para os alunos. É o que aponta o estudo “Panorama da qualidade da Internet nas escolas públicas brasileiras”, realizado pelo Centro de Estudos e Pesquisas em Tecnologia de Redes e Operações (Ceptro.br) do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br).

O levantamento foi a partir das 137.208 escolas estaduais e municipais do ensino médio e fundamental existentes no Brasil.

A maior parte, 89%, está conectada à rede, mas não tem seu uso dedicado para o ensino dos alunos, sendo mais focado para o uso geral.

  • Destas unidades, 62% declaram ter internet disponível para o ensino e a aprendizagem e somente 29% contam com computadores, notebooks ou tablets para acesso às redes pelos alunos.
  • As unidades que têm equipamentos disponíveis, fornecem em média um dispositivo para cada 10 estudantes no maior turno escolar.
  • Das 32.379 escolas monitoradas, com mais de 50 estudantes no maior turno, monitoradas pelo Medidor de Educação Conectada, apenas 3.640 (11%) têm internet de 1 Mbps distribuída por estudante, sendo esta a meta estipulada pela Estratégia Nacional de Escolas Conectadas.

Qualidade da Internet nas escolas em atividade, estaduais e municipais, com mais de 50 alunos matriculados no Ensino Fundamental e Médio | Reprodução/Nic.br
Qualidade da Internet nas escolas em atividade, estaduais e municipais, com mais de 50 alunos matriculados no Ensino Fundamental e Médio | Reprodução/Nic.br

No entanto, o estudo aponta que uma taxa dessa magnitude é inadequada para a realização de atividades que exigem maior demanda de dados, como o uso de serviços de streaming de vídeo, impedindo novas práticas educacionais.

“Uma conexão abaixo desse parâmetro inviabiliza a realização de atividades que demandem maior banda e menor latência, como streaming de vídeo, por exemplo. Essa limitação pode dificultar a introdução de novas práticas educacionais envolvendo recursos tecnológicos em instituições de Ensino Fundamental e Médio com mais de 50 estudantes no turno de pico”, aponta o estudo do Nic.br.

Desigualdade no alcance da internet

A média nacional de distribuição de internet por aluno subiu de 0,19 Mbps para 0,26 Mbps. No entanto, ainda é possível evidenciar a desigualdade de infraestrutura e de tecnologia entre as principais regiões brasileiras.

  • Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Goiás são os Estados com internet de melhor qualidade para os alunos, com média de 0,5 Mbps por aluno.
  • Amazonas, Acre e Amapá têm as piores taxas com média de 0,1 Mbps por estudante.
  • Os Estados do Amapá (46%), Amazonas (36%) e Roraima (22%) apresentaram os maiores avanços no número de escolas que usam a internet para a aprendizagem.
  • Maranhão (17%), Bahia (15%), Alagoas (12%), Pará (10%), Ceará (10%), Acre (9%), Rio de Janeiro (8%), Pernambuco (7%), Espírito Santo (6%), Distrito Federal (5%) e Rondônia (3%) apresentaram algum crescimento no uso da rede para o ensino.
  • São Paulo e Paraná têm o índice de conectividade próximos a 100%

Ainda assim, as regiões Norte e Nordeste têm a menor cobertura de internet e a menor qualidade de conexão em contraponto ao Sul, Sudeste e Centro-Oeste que têm maior acesso à rede e atinge quase que a totalidade das escolas conectadas desde 2022.

Outro cenário que impacta o alcance da tecnologia é que cada região tem suas peculiaridades em relação aos locais onde as escolas estão instaladas em várias localidades, como em áreas rurais, indígenas, assentamentos, provocando uma desvantagem em relação às escolas urbanas.

Panorama geral sobre dados relacionados à conectividade, segundo o Censo Escolar da Educação Básica de 2023 | Reprodução/Nic.br
Panorama geral sobre dados relacionados à conectividade, segundo o Censo Escolar da Educação Básica de 2023 | Reprodução/Nic.br
“Apesar da alta proporção no cenário nacional e dos avanços, ainda há uma grande desigualdade entre as regiões do país e, inclusive, dentro delas”, aponta a pesquisa.

Aprimoramento das políticas públicas

Apenas 11% das escolas públicas do país entregam internet adequda para os alunos usarem no ensino | Agência Brasil/Prefeitura de Cametá
Apenas 11% das escolas públicas do país entregam internet adequda para os alunos usarem no ensino | Agência Brasil/Prefeitura de Cametá

A pesquisa também reforça que é necessária a intensificação da política de universalização da internet, assegurando às escolas públicas preços acessíveis, infraestrutura básica, com eletricidade, equipamentos para os estudantes e internet suficiente para atender os fins pedagógicos.

“As políticas públicas que visam incrementar o uso das TIC no ambiente escolar têm evoluído. Se antes a Internet nas escolas era avaliada em termos binários (presença ou ausência de conectividade), mais recentemente a qualidade da Internet passou também a ser considerada. Essa mudança reflete a preocupação em disponibilizar para alunos e professores da rede pública uma conexão adequada, isto é, que viabilize o acesso aos recursos pedagógicos da Internet”, ressalta o estudo.

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