Personalidades e acadêmicos lançam carta pública por leis contra deepfake
Carta relata que deepfakes são “uma ameaça crescente à sociedade” e pedem aos governos criminalização contra conteúdo prejudicial
Centenas de acadêmicos, políticos, artistas e líderes de inteligência artificial assinaram e divulgaram uma carta aberta pedindo legislação anti-deepfake. Eles consideram que os deepfakes são “uma ameaça crescente para a sociedade” e pedem aos governos que imponham obrigações para impedir a criação de perfis de meios de comunicação prejudiciais gerados por ferramentas de IA.
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Até a publicação desta reportagem, o SBT News verificou que a carta já tem 931 assinaturas. Entre os signatários estrão políticos, personalidades e acadêmicos de vários países como Estados Unidos, China, Canadá, Áustria, Índia, Japão, Reino Unido, Suécia, Holanda, França e Brasil.
Alguns signatários se destacam como Stephanie Futter-Orel, da rede Mulheres Contra a Violência na Europa, diretor de cinema Chris Weitz, pesquisador de IA Yi Zeng, a pesquisadora e vítima de pornografia deepfake Nina Jankowicz e entre outros.
Os signatários defendem a aplicação de três leis:
- Criminalizar totalmente a pornografia infantil falsa, mesmo quando apenas crianças fictícias são retratadas;
- Estabelecer penalidades criminais para qualquer pessoa que crie ou facilite conscientemente a disseminação de deepfakes prejudiciais;
- Exigir que os desenvolvedores e distribuidores de software evitem que seus produtos audiovisuais criem deepfakes prejudiciais e que sejam responsabilizados se suas medidas preventivas forem facilmente contornadas.
“Se concebidas de forma sensata, essas leis poderiam fomentar empresas socialmente responsáveis e não precisariam de ser excessivamente onerosas”, explica a carta.
A mídia gerada por IA representa perigos e ameaças em vários setores, e, por isso, há forte discussão em vários países sobre como usar a inteligência artificial de forma segura, que não prejudique a sociedade.
O sindicato dos produtores de cinema de Hollywood assinaram um acordo sobre o uso da tecnologia na indústria de entretenimento, a Índia enfrenta uma luta contra a desinformação que é gerada pela IA e governos recrutam especialistas para enfrentar questões de segurança cibernética e interna dos países.
Em janeiro, a cantora Taylor Swift foi vítima de deepfake quando sua imagem foi acrescentada em vídeos de pornografia.
A União Europeia discute projetos para criminalizar imagens geradas por IA e deepfakes que retratam abuso infantil e pornografia.
+ Acesse a carta aberta, que está colhendo assinaturas (em inglês)
A carta ressalta que 'nem todos os signatários terão as mesmas razões' para a proposta pelo uso responsável da IA.
No entanto, eles explicam que há perigos relevantes em torno dos temas de pornografia não consensual, abuso infantil, fraude, eleições, desinformação e falta de leis adequadas para limitar o uso criminoso da tecnologia, que cresce de forma exponecial.