Uma a cada cinco escolas municipais não tem aulas de tecnologia
Índice é referente aos primeiros anos de ensino. Muitos pequenos estudantes acabam aprendendo em casa
Nara Bandeira
Enquanto a tecnologia domina a pauta política e judiciária do país, em meio aos debates e temores sobre inteligências artificiais, uma a cada cinco escolas das redes municipais do Brasil ainda não oferecem aulas de tecnologia e computação nos primeiros anos de ensino das crianças. A pesquisa foi organizada pelo Centro de Inovação para a Educação Brasileira (CIEB).
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Com acesso a celulares e computadores, muitos dos pequenos estudantes aprendem os conhecimentos em casa. Estudando no terceiro ano do ensino fundamental em Ananindeua (PA), a pequena Maitê Maciel, de sete anos, é um desses exemplos.
A mãe da menina, que também é professora, lamenta a situação. "A ausência desses recursos acaba limitando algumas potencialidades tanto do trabalho do professor quanto do desenvolvimento das próprias crianças", afirmou.
São 21% de escolas municipais brasileiras sem esse tipo de ensino. Nos anos finais, apenas 17%, enquanto o índice na educação infantil salta para 37%. Muitas das escolas não têm estrutura para as aulas, seja por condições da instituição ou da região com acessos e recursos limitados, quando não, inexistentes.
Uma resolução de 2022 determinou que estados e municípios têm a obrigação de oferecer aulas de tecnologia na educação básica. O estudo apontou que 73% das redes municipais não têm planejamento tecnológico. O nível socioeconômico das comunidades também afeta a implementação da cultura digital nas escolas.
O levantamento ainda mostra que em quase 78% das escolas municipais, a formação dos professores em computação e tecnologia está entre as prioridades nos próximos anos. Há relatos de professores dando conta que o primeiro contato dos alunos com um computador é dentro de sala de aula.
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