"Operadoras estão preparadas para antecipar ativação do 5G", diz EAF
Ao SBT News, Leandro Guerra fala sobre trabalho de adaptação para implementar tecnologia
A estreia do 5G em Brasília nesta semana voltou os holofotes para o início da tecnologia no Brasil. Com uma velocidade que pode ser até 100 vezes maior que a rede 4G, a proposta é revolucionar o mercado tecnológico no país. Para isso, a Entidade Administradora da Faixa (EAF), uma organização criada pelas operadoras de telefonia para o processo de adaptação do 5G, tem colocado em prática a limpeza de redes para futura implementação do sistema. É um processo inicial, que permite a chegada do 5G. A fase, prevista para chegar ao fim em agosto, deve ser implantada em breve em Belo Horizonte, Porto Alegre, João Pessoa e São Paulo.
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Os novos locais que passarão pela adequação da frequência 3,5 GHz -- três e meio gigahertz --, rede escolhida para comunicação do 5G, foram destacados pelo presidente da EAF, Leandro Guerra. Em entrevista ao SBT News, o CEO da entidade, que também é conhecida por "Siga Antenado", conta sobre a etapa que permitirá a chegada da tecnologia em todo o país.
"Essa frequência foi ativada em Brasília no dia 6, e vai se expandir para as outras capitais. Depois, vai para todas as cidades brasileiras. A EAF tem a responsabilidade de executar essa desocupação da faixa de frequência para que o 5G seja ligado na rede das operadoras", afirma Guerra. "A gente começou pelo DF. Agora, nós já estamos avançando em outras capitais como Belo Horizonte, Porto Alegre, João Pessoa e São Paulo, na sequência", completa.
Na etapa de adaptação, o presidente da EAF destaca que outros serviços, como a recepção de antenas parabólicas, que estão na mesma faixa em que será adaptado o 5G, poderão ter sinais afetados. No caso, será necessário buscar por atendimento junto à Siga Antenado (veja informações no fim do texto). Guerra também fala sobre o que é a entidade e os benefícios do 5G. Confira a entrevista.
O que é o 5G e quais os benefícios dessa tecnologia?
O 5G é uma tecnologia nova, que vai quebrar paradigmas, porque ele aumenta muito a capacidade da rede. Ele chega a aumentar até mais vezes 20, ou mais, a velocidade de comunicação. Isso a gente percebe no momento em que a gente está navegando na internet, baixando um vídeo, ou quando a gente entra no grupo em uma rede social, e tenta baixar uma fotografia, fazer uma gravação de vídeo ou uma videochamada. Será uma velocidade muito maior. Então, a qualidade dessa comunicação para o usuário final é muito perceptível. Gosto de falar sempre que o 5G tem um atributo muito importante na indústria, na conectividade da internet das coisas, então o 5G vai proporcionar um nível de conectividade. Falo coisas da nossa casa ou da cidade que a cidade inteligente ou smart line, ou mesmo na indústria, quando a gente fala dos robôs das máquinas e do agronegócio, que é muito importante para o Brasil. Então ele vai elevar o nível de produtividade da indústria nacional. Isso é muito importante para o nosso país em termos de Economia.
Poderia explicar o que é a EAF e qual o trabalho da entidade na implementação do 5G no país?
A sigla é Entidade Administradora da Faixa de 3,5 GHz, é a frequência principal do 5G. Quando a gente fala do 5G puro, que traz toda a potencialidade da tecnologia, essa essa frequência é essencial, então por isso a importância dessa frequência. E a Entidade Administradora da Faixa, que é a EAF, nosso nome fantasia Siga Antenado, é uma associação sem fins lucrativos, composta pelos vencedores dos lotes nacionais no leilão do 5G, que são a Claro, a TIM e a Vivo. As operadoras formaram essa associação por força da do edital da Anatel, para que possa executar algumas atividades, entre elas a desocupação dessa frequência no 3,5 gigahertz. E depois vai para todas as cidades brasileiras. E a Siga Antenado tem responsabilidade de executar essa desocupação da faixa de frequência para que o 5G seja ligado na rede das operadoras.
Como são as etapas desse trabalho e quando serão implementadas em capitais?
Tem duas etapas. A primeira somos nós que fazemos, enquanto EAF, a desocupação de frequência. E na segunda etapa, as operadoras executam de ligar o sinal das suas redes 5G para que chegue o sinal ao cidadão. Existe um prazo que está definido: todas as capitais até 29 de agosto fazer a desocupação dessa frequência. Nós antecipamos Brasília. Distrito Federal primeiro, depois capitais, e estamos trabalhando na antecipação.
Existe um critério aqui muito técnico e operacional e de logística em função da necessidade de equipamentos para cada uma dessas capitais, então isso foi um critério que foi adotado e a população que vai ser atingida também. A gente começou pelo DF, e agora nós já estamos avançando em outras capitais como Belo Horizonte, Porto Alegre, João Pessoa e São Paulo, na sequência.
Por que Brasília foi escolhida para ser a primeira capital?
Brasília tem uma característica muito diferente e especial. A gente sabe que a topografia do terreno favorece a propagação do sinal. Esse processo levou em consideração isso, mas também levou em conta a quantidade de equipamentos que nós precisávamos em Brasília em relação à própria população. Aqui a gente tem dois projetos acontecendo ao mesmo tempo. Um para poder liberar essa faixa de 3,5 GHz, a gente tem um processo que é a troca a troca de de receptores de TV que é recepção da parabólica por satélite. Esse sinal da parabólica convencional usa a mesma frequência do 5G. Então, para poder fazer a desocupação dessa faixa, é necessário substituir esses equipamentos de recepção e a EAF tem uma aqui duas atividades.
Essa facilidade não existe em outros locais, certo? Outras capitais têm mais desafios para adequação?
Existem capitais que exigem uma quantidade maior de equipamentos. Por exemplo, São Paulo é uma cidade que exige bastante, pelo próprio porte da cidade. A gente tem outras capitais no Norte do Nordeste. Manaus é uma cidade também que usa muita parabólica para receber o sinal da TV. Esse também é um grande desafio. Além de questões técnicas muito especiais porque existem estações profissionais que a gente chama de teleporto sensações de satélite de grande porte onde tem uma concentração de antenas parabólicas de grande porte, e que também trazem maior desafio são os casos por exemplo da própria. Manaus, nós temos Belém também uma situação dessa. E o Rio de Janeiro também é um caso muito especial, porque ali tem um porto de satélite muito importante para o país, e essas essas praças essas cidades elevam o tamanho do nosso.
Qual o prazo para finalizar esse projeto?
28 de agosto é o nosso prazo, mas as operadoras têm mais um mês, por isso que leva para frente. São mais 30 dias, que seria 29 de setembro, para ativar o sinal nesses municípios. Mas o que a gente percebe é que elas estão também bem preparadas para antecipar essa ativação do sinal 5G.
Como pessoas que utilizam antena parabólica e possam vir a ser afetadas pela implementação do 5G devem proceder?
Existem os canais de atendimento da EAF. A Siga Antenado está preparada para receber as ligações do público. No sinal pela parabólica em especial para quem está inscrito no programa do governo, cadastro único (CadÚnico). Nosso canais de atendimento são 0800 729 2404 e o nosso site que é o sigaantenado.com.br/.
O agendamento prévio antes do 5G entrar em operação. Então, se alguém ligar por exemplo, hoje de São Paulo e de Porto Alegre, pode entrar em contato por esses canais. Pode-se fazer um agendamento. Se seguir alguns critérios de elegibilidade, que é estar inscrito no CadÚnico e estar recebendo sinal da TV pela parabólica, pode entrar em contato para agendar uma visita e instalação do novo Kit da TV parabólica, que é gratuito.