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"Podemos trabalhar no feriado para arrumar a casa e fugir da polícia", diz Cariani para sócia

Inquérito do MP diz que empresa do influenciador emitia notas falsas de venda de produtos para refino e adulteração de cocaína. Ele nega irregularidades

Imagem da noticia "Podemos trabalhar no feriado para arrumar a casa e fugir da polícia", diz Cariani para sócia
Renato Cariani foi alvo de operação da PF
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O Ministério Público encontrou no celular de Roseli Dorth, sócia do fisiculturista e influenciador fitness Renato Cariani na empresa Anidrol, uma troca de mensagens que indica que a dupla sabia que a Polícia Civil os investigava. 

No inquérito ao qual o SBT News teve acesso, Cariani diz para Roseli em 13 de abril de 2014:

"Graças a Deus esta semana é curta, podemos trabalhar no feriado pra arrumar de vez a casa e fugir da polícia (...) Também precisamos arrumar o mapa da Civil, vão vir babando (...) Arruma tudo para esperar estes vermes. Acho que a polícia pode aparecer ainda esta semana. Por isso que quero que a semana passe rápido..."

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Em outra conversa, também em 2014, Cariani pede para que Roseli apague as mensagens referentes a um diálogo em que ela o questiona sobre a retirada e um pagamento. Cariani responde sobre a retirada de "sulfúrico e acetona" - produtos controlados usados no refino de drogas como crack e cocaína e que teriam sido desviados em um esquema de notas frias e pagamentos em dinheiro.

Ainda segundo o MP, na mesma conversa, Roseli sugere declarar falsamente o tipo de produto vendido em nota fiscal para uma empresa que não possui o registro necessário do produto. Ela sugere "arrancar o rótulo" e lançar como outro item, o que, segundo Roseli, seria "tranquilo e rápido".

Cariani foi alvo de uma ação da Polícia Federal em sua casa em São Paulo nesta 3ª feira (12.dez) em uma operação que investiga o tráfico de drogas e o desvio de um produto químico utilizado na produção de crack.

A empresa na qual ele é um dos sócios emitia notas falsas de venda de produtos para refino e adulteração de cocaína, segundo inquérito do Ministério Público, ao qual o SBT News teve acesso com exclusividade. O MP recebeu denúncia de três importantes empresas da indústria farmacêutica alegando que a Anidrol Produtos para Laboratórios Ltda. emitia notas fiscais de venda de produtos que essas empresas não havia comprado.

Segundo estimativas, com base nas informações obtidas até o momento, as operações apontadas geraram lucros de, ao menos, R$ 2,4 milhões, correspondente ao valor movimentado em notas fiscais emitidas ou em depósitos realizados em espécie. Ainda segundo o inquérito, por causa dessas atividades, os envolvidos podem ter obtido mais de R$ 3,7 milhões.

O que diz Cariani

Cariani, de 47 anos, postou um vídeo na tarde desta 3ª feira (12.dez) para comentar a ação da Polícia Federal em sua casa em São Paulo em uma operação que investiga o tráfico de drogas e o desvio de um produto químico utilizado na produção de crack.

"Preciso dividir com vocês o que realmente aconteceu. Pela manhã fui surpreendido com um cumprimento de mandado de busca e apreensão da polícia na minha casa, aonde eu fui informado que minha empresa e outras empresas estão sendo investigadas em um processo que eu não sei porque ele corre em segredo de Justiça", disse Cariani. "Meus advogados vão dar entrada e daí vou entender o que consta nessa investigação."

Cariani explicou que sofreu busca e apreensão por ser um dos sócios da empresa investigada Anidrol, uma indústria química localizada em Diadema, na Grande São Paulo."Essa empresa foi fundada em 1981, tem mais de 40 anos de história. É uma empresa linda onde a minha sócia com 71 anos é a grande gestora da empresa. Tem sede própria, todas as licenças e certificações nacionais e internacionais." 

"Quero agradecer o carinho e a mensagem de cada um de vocês que conhecem a minha história. Obrigado por todas as postagens. Logo o que eu tiver acesso ao processo eu divido com vocês."

Quem é Renato Cariani

Professor de química. Professor de educação física. Atleta profissional. Empresário e youtuber. Renato Cariani é conhecido por sua audiência de mais de 13,6 milhões de seguidores - 7,3 milhões no Instagram e 6,3 milhões no YouTube. No ano passado, Cariani utilizou sua popularidade como plataforma para impulsionar a campanha do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) à reeleição. O influenciador promoveu uma live ao lado do político no Ironcast, com o médico e fisiculturista Paulo Muzy.

Na época, Cariani disse ter perdido cerca de 25 mil seguidores nas redes sociais, mas durante a entrevista de pouco mais de 2 horas, ganhou 200 mil novos inscritos na plataforma de vídeos, e a live chegou a ter no pico 396,1 mil espectadores.

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Bullying e fisiculturismo
"A minha vida até os 14 anos foi totalmente destruída pelo bullying", disse Cariani em mais de uma entrevista. O influenciador, que era obeso na infância, começou a fazer musculação para fugir do bullying.

Embora envolvido no mundo fitness há anos, ele se tornou fisiculturista profissional em 2020, quando conquistou o Pro Card (documento que permite que o atleta participe de torneios profissionais).

Em seu site oficial, Renato afirma ter formação em química, educação física e administração de empresas. Lá, ele oferece cursos para conquistar "o corpo dos seus sonhos", aprender "a treinar, a se alimentar melhor e a se organizar para o sucesso". O valor do plano anual é de R$ 358,80, enquanto o mensal custa R$ 49,90.

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