Forças especiais da PM do Rio terão que usar câmeras corporais
Regras foram determinadas pelo governo estadual após decisão do STF

SBT News
Policiais das forças especiais do Rio de Janeiro devem estar equipados com câmeras corporais até o fim deste ano. As regras foram determinadas pelo governo do estado após decisão do Supremo Tribunal Federal.
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PMs de 39 batalhões do Rio já utilizam as câmeras corporais, que são fixadas na farda. Agora, esses equipamentos também serão obrigatórios para as chamadas forças especiais: o Batalhão de Choque, o Batalhão de Operações Especiais (Bope), e a Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), considerada a trope de elite da Polícia Civil.
Um decreto do governador Cláudio Castro estabelece a adequação das forças de segurança a uma decisão do STF, que determinou regras para reduzir a letalidade policial.
Para a antropóloga Jacqueline Muniz, da Universidade Federal Fluminense (UFF), a mudança é fundamental: "são as unidades de elite que ditam as regras de produção de repressão qualificada pra dentro das polícias e estabelecendo um nível de excelência a ser atingido".
Já Paulo Storani, antropólogo e ex-capitão do Bope, vê a novidade com restrições: "o que temos acompanhado, desde o inicio, é a utilização da argumentação, da utilização dessas câmeras, com a finalidade de punir o policial".
Uma resolução conjunta das polícias Civil e Militar ainda vai definir em que casos o uso de câmeras será dispensado, como em investigações judiciais, por exemplo. A previsão é que os agentes de todas as unidades possuam o equipamento até o fim do ano.
Em São Paulo, existem mais de 10 mil câmeras corporais em uso na capital e região metropolitana, abrangendo quase metade dos batalhões do estado. A gravação é ininterrupta e a transmissão é feita em tempo real.
Um exemplo para o Rio, segundo o especialista em segurança Daniel Hirata, da UFF: "o policiamento ostensivo e repressivo é aquele no qual se deve utilizar as câmeras e, sobretudo durante operações policiais, que são as situações, as circunstâncias maiores da letalidade policial".
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