"Faraó dos bitcoins" vira réu acusado de mandar matar investidor
Conversas recuperadas pela Polícia Federal mostram Glaidson supostamente combinando atentado
SBT Brasil
O homem conhecido como "faraó dos bitcoins" virou réu, acusado de mandar matar um investidor concorrente em Cabo Frio, no Rio de Janeiro. Glaidson Acácio dos Santos já estava preso desde agosto por fraude contra o sistema financeiro.
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Foi analisando conversas recuperadas do celular dele que o ministério público concluiu que ele mandou matar Nilson Alves de Souza, o Nilsinho, investidor concorrente no mercado de criptomoedas.
A denúncia, aceita pela Justiça, revela um diálogo de fevereiro deste ano entre Glaidson e o sócio Thiago de Paula Reis sobre o plano de assassinato. Thiago diz: "plano em execução". O sócio concorda: "Essa semana não passa. Tudo ok no esquema", enquanto Glaidson reforça: "Essa semana, essa semana". Thiago responde com um palavrão, para dizer que não vai ter erro e completa: "somos frio e calculista". Um mês depois, Glaidson cobra Thiago: "Eu quero resultado até sexta-feira".
Glaidson chegou, inclusive, a aumentar o prêmio pela morte de Nilsinho, como mostra uma conversa entre Thiago e Rodrigo Silva Moreira, apontado como um dos atiradores. Thiago afirma: "Ao invés de eu descarregar 100 mil, vou descarregar 150 mil". Rodrigo questiona e Thiago responde que daria a ele R$ 150 mil porque "ele quer a urgência, vai pagar pela urgência".
O atentado aconteceu em 20 de março, em Cabo Frio. Nilsinho sobreviveu, ficando cego e paraplégico. Segundo as investigações, Gladson mandou matá-lo porque o rival alertou investidores sobre os riscos de o faraó do bitcoin ser preso pela Polícia Federal, o que acabou acontecendo sete meses depois.
Outras cinco pessoas tiveram a prisão decretada por envolvimento no atentado, duas delas já haviam sido denunciadas pela execução de Wesley Pessano, empresário do ramo de criptomoedas, em agosto.