Registro da vacina do Butantan contra a dengue deve ser pedido até julho
Imunizante do instituto brasileiro apresentou eficácia de 79,6%
A vacina contra a dengue desenvolvida pelo Instituto Butantan mostrou eficácia de 79,6%. Os dados, publicados nesta quinta-feira (1) na revista científica New England Journal of Medicine, fazem parte do estudo clínico de fase 3, que reuniu 16.235 voluntários entre dois e 59 anos, em 16 centros de pesquisa de diferentes regiões do Brasil.
Em junho, o último paciente voluntário a receber a dose experimental completa cinco anos de acompanhamento. A previsão do instituto é que, a partir daí, entre junho e julho, o pedido de registro seja submetido para análise da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
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Segundo o Butantan, o imunizante, de dose única, foi administrado em todos os voluntários. A proteção foi observada em todas as faixas etárias, sendo 90% em adultos de 18 a 59 anos, 77,8% dos sete aos 17 e 80,1% nas crianças de dois a seis anos. Em pessoas que já apresentavam anticorpos para a dengue antes do estudo, a proteção foi de 89,2%, e de 73,6% naquelas que nunca tiveram contato com o vírus.
Em relação à segurança, a maioria das reações adversas foi classificada como leve a moderada, sendo as principais delas dor e vermelhidão no local da injeção, dor de cabeça e fadiga. Eventos adversos sérios relacionados à vacina foram registrados em menos de 0,1% dos vacinados, com todos se recuperando totalmente.
“Uma grande vantagem da candidata a imunizante do Butantan é que uma dose foi suficiente para fornecer proteção robusta contra a dengue, enquanto outras vacinas aprovadas exigem duas ou três doses. O esquema de dose única é muito mais favorável, principalmente durante epidemias, pois induz a proteção da população em um curto espaço de tempo, ajuda a alcançar uma maior cobertura vacinal e traz vantagens logísticas”, disse o Butantan.
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Desenvolvida há mais de 10 anos, a vacina contra a dengue do Butantan é feita com quatro sorotipos do vírus da dengue (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4) atenuados, ou seja, enfraquecidos, que induzem a produção de anticorpos sem causar a doença e com poucas reações adversas. O estudo clínico, que começou em 2016, seguirá até que todos os voluntários completem cinco anos de acompanhamento.