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Saúde

Tyrese Haliburton rompe tendão de Aquiles em final da NBA; entenda a gravidade da lesão

Armador do Indiana Pacers sai do jogo após lesão sem conseguir encostar o pé no chão

Imagem da noticia Tyrese Haliburton rompe tendão de Aquiles em final da NBA; entenda a gravidade da lesão
Tyrese Haliburton sofre ruptura do tendão de Aquiles | Foto: Nate Billings/AP
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O atleta de alto rendimento e finalista da NBA, Tyrese Haliburton, rompeu o tendão de Aquiles na grande final da competição, jogo 7, que aconteceu neste domingo (22). O armador e destaque do Indiana Pacers sofreu a lesão ainda durante o 1º quarto, durante uma jogada de contra-ataque, que o levou para o chão.

O sobrenome de Tyrese ficou em alta no Google Trends, minutos após a queda do jogador.

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Haliburton havia sido diagnosticado com uma distensão na panturrilha após o jogo 5. Segundo a ESPN americana, a lesão levaria semanas para ser tratada corretamente. Depois de passar por um teste de força e ressonância magnética, o jogador foi liberado para os próximos jogos.

Após a queda, o time pediu tempo e o jogador foi levado para o vestiário, sem conseguir apoiar a perna direita no chão.

Tendão de Aquiles

O rompimento do tendão de Aquiles é uma ruptura completa das fibras que ligam a musculatura da panturrilha (gastrocnêmio + sóleo) ao osso do calcâneo.

Quando o tendão se parte, as extremidades retraem-se, o atleta sente um estalido (“chicote”) atrás do tornozelo, perde a força de empurrar o pé para baixo e não consegue ficar na ponta dos pés.

O ortopedista Marcus Luzo, do Hospital São Paulo da Unifesp, explica que é uma lesão que exige imobilização imediata ou reparo cirúrgico e que o mais indicado a se fazer é procurar um ortopedista que solicitará uma ressonância magnética.

“A ressonância serve para confirmar o diagnóstico e o nível da lesão, se parcial ou total. Muitas das vezes a lesão é total e passa para o centro cirúrgico, principalmente em atletas”, comenta Luzo.

Em casos de cirurgia, a recuperação é lenta.

“É importante que tenha muita fisioterapia desde o início, para reabilitar o tendão que está cicatrizando e a musculatura”, complementa

Principais causas

Uma ruptura quase sempre ocorre num tendão já degenerado por microtraumas repetidos: sobrecarga crônica, treinos intensos sem recuperação adequada, uso prévio de corticoide local ou certos antibióticos.

De acordo com o médico cirurgião ortopedista, César Janovsky, nos esportes profissionais, a ruptura do Aquiles é considerada uma das piores lesões de partes moles. Estudos com jogadores de elite mostram que 30% nunca voltam a competir ao nível anterior e quem retorna, demora em média 7 a 12 meses. No primeiro ano, atuam menos minutos e com desempenho inferior. O rendimento costuma normalizar somente após dois anos.

“A sequência - distensão da panturrilha - retorno precoce - salto explosivo, aumenta a tensão sobre um tendão fragilizado e pode culminar na ruptura, como ocorreu com Tyrese Haliburton no Jogo 7 das Finais”, explica Janovsky.

Saltos em sequência, aterrissagens em rotação e arrancadas em mudança de direção geram picos de carga excêntrica no Aquiles. Um estudo realizado pelo Instituto Cugat Hospital Quiron Barcelona e pelo Departamento de Medicina da Universidade Internacional da Catalunya comprova a relação entre o esforço e a ruptura do tendão de Aquiles no basquetebol.

A revisão sistemática mostra o basquete como o esporte mais associado à lesão, com aproximadamente 43 % dos casos. A ruptura do tendão não se destaca pela frequência, mas sim pela gravidade, impossibilitando o retorno à prática habitual do basquete em cerca de 20% dos acometidos, no caso dos profissionais.

Na temporada 2024-25 da NBA, além de Haliburton, Jayson Tatum (Boston Celtics) e Damian Lillard (Milwaukee Bucks) romperam o tendão.

Existe prevenção?

Segundo o ortopedista Marcus Luzo, não existe prevenção específica de casos como o de Haliburton, por ser algo que acontece inesperadamente. Por outro lado, é importante estar atento aos sinais.

“Um paciente que tem dor na panturrilha, no tendão e não faz um diagnóstico de um cisto na região, tendinite, tendinose, lesão parcial - pode acabar tendo uma ruptura total”, explica.

O ortopedista César Janovsky explica que existem sintomas e sinais de alerta que caracterizam a tendinopatia crônica. Reconhecer e tratar - fisioterapia com exercícios excêntricos, repouso relativo, correção de calçados - pode impedir que o tendão chegue ao ponto de ruptura. São eles:

  • Dor ou rigidez matinal no tendão que melhora após aquecer.
  • Espessamento ou nódulos palpáveis.
  • Sensação de “queimação” ou “areia” ao alongar a panturrilha.
  • Diminuição da força para saltar ou correr em subida.

O fortalecimento global dos membros, não entrar em fadiga, fortalecer e alongar a musculatura são algumas das atividades que podem ajudar a aliviar dores locais, mas que não excluem a possibilidade da lesão.

Pessoas comuns podem sofrer essa lesão?

Romper o tendão é mais comum em atletas de alta performance, mas pessoas comuns também podem sofrer essa lesão.

“Uma pessoa comum pode sim ter essa lesão, em um estiramento forte, em um salto, numa desaceleração ou até mesmo na prática de algum esporte. Um movimento brusco e uma musculatura não tão bem preparada, pode estar sujeito a romper a qualquer momento, mesmo sem nunca ter praticado uma atividade física”, comenta Luzo.

Causas como aumento brusco de atividade física, obesidade ou pés com deformidades (cavo ou plano) doenças reumáticas, uso crônico de corticoides ou fluoroquinolonas, calçados rígidos que limitam a movimentação do tornozelo ou até mesmo movimentos repentinos podem causar a ruptura do tendão de Aquiles, segundo os especialistas.

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