Por que o inverno começa às 17h51 da próxima quinta-feira (20)? Entenda
Neste momento irá ocorrer o Solstício de Inverno, termo originado do latim, que significa "sol parado". Veja como será nova estação
Às 17h51 da próxima quinta-feira (20) começa o inverno em todo o Brasil. É o que aponta o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). No ano passado, a nova estação começou às 11h58 do dia 21 de junho. Por que as datas e horários de início das novas estações mudam de ano para ano?
De acordo com o Observatório Nacional, unidade de pesquisa vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, o início do inverno no hemisfério sul é marcado pelo solstício, termo originado do latim que significa "sol parado". Ainda segundo o órgão, o termo é fruto da observação de astrônomos antigos que viram trajetória do Sol no céu.
"A cada dia, a posição do Sol ao meio-dia no céu mudava. A posição ia ficando cada vez mais alta até atingir um ponto máximo e, então, o sol parecia "parar". Em seguida, a localização começava a diminuir e também "parava" antes de começar a subir novamente. Esses momentos de "parada" correspondem aos solstícios de verão e de inverno, respectivamente.", explica Josina Nascimento, astrônoma do Observatório Nacional
Nos dias dos solstícios de inverno no hemisfério sul, o sol nasce no máximo afastamento do ponto cardeal leste, onde costuma nascer, se posicionando na região nordeste do céu.
No caso do outono e primavera, o início das novas estações têm relação com os equinócios, que em latim significa " noites iguais", ocasiões em que o dia e a noite duram o mesmo tempo.
Com isso, segundo Josina, o início das novas estações do ano é marcado pela mudança da inclinação do eixo da Terra em relação ao seu plano de órbita e também em relação ao ano trópico: o tempo em que a Terra leva para dar uma volta completa em torno do Sol.
De acordo com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em geral, seu período de duração é de 365,2422 dias solares médios, ou 365 dias, 5 horas, 48 minutos e 46 segundos, diferente do ano civil (do calendário gregoriano, que seguimos atualmente) que tem duração de 365 dias exatos ou 366, se for ano bissexto. No entanto, nem sempre o ano trópico tem a mesma duração pela “oscilação” no eixo de rotação da Terra, segundo a universidade.
Noites mais longas, dias mais curtos
Após o equinócio de outono, estação que está em seus últimos dias no hemisfério sul, o sol vai nascendo cada dia mais tarde e se pondo cada dia mais cedo até chegar na maior noite do ano na data próxima do solstício de inverno.
“A partir de então, o sol começa a nascer mais cedo e a se pôr mais tarde para novamente chegar ao mesmo comprimento do dia e da noite em data próxima ao equinócio de primavera. Os dias continuam sendo cada vez maiores até a menor noite do ano que ocorre em data próxima ao solstício de verão. Esse efeito é tão maior quanto mais afastado do equador terrestre o observador se encontra”, explica Josina.
Como observar o "sol parado"?
Uma forma, segundo Josina, é contemplar os locais onde o sol nasce e se põe a cada dia. No entanto, é necessário cuidado, já que olhar diretamente para a estrela central do Sistema Solar pode prejudicar os olhos. Por isso, ela recomenda telescópios específicos ou até mesmo observação indireta, ou seja, não olhando exatamente em sua direção.
Como vai ser o inverno?
O inverno será marcado pelo fim do El Niño e início do La Niña, que deve começar entre julho e agosto. A chegada do fenômeno tem potencial de provocar frentes frias mais intensas, segundo o Climatempo.
No entanto, de acordo com a meteorologista Angela Ruiz, apesar do La Niña provocar a umidade do ar baixa e esfriamento das temperaturas, no Brasil deve esbarrar na grande massa de ar seco do interior do país, o que deve provocar menos chuvas e temperaturas acima da média para a estação.