Mpox em SP: qual variante foi detectada em jovem de 29 anos? Entenda as diferenças
Autoridades estaduais seguem monitorando possíveis contatos da paciente para identificar novos casos; caso é inédito no país

Wagner Lauria Jr.
Uma jovem de 29 anos, contaminada pelo vírus da mpox na Grande São Paulo, está se recuperando bem. Ela recebeu o diagnóstico da variante 1b, tipo mais agressivo da doença (saiba mais detalhes abaixo), na última sexta-feira (7), de acordo com a Secretaria de Saúde de São Paulo, e deve ter alta ainda esta semana.
+ Mpox: quais são os primeiros sintomas e como identificar a doença?
Enquanto isso, as autoridades estaduais seguem monitorando possíveis contatos da paciente para identificar novos casos. Até o momento, porém, não há suspeitas adicionais dessa cepa na capital.
Nesta terça-feira (11), a Secretaria de Saúde de São Paulo reuniu-se com o Ministério da Saúde para discutir a vigilância da mpox no estado. O encontro teve como foco o primeiro caso confirmado do Clado 1, uma variante até então inédita no Brasil
“A vigilância e a rede de assistência do Estado de São Paulo estão preparadas para o atendimento e monitoramento desses casos, além de reforçar a importância de procurar um serviço de atendimento diante dos primeiros sinais e sintomas da doença”, ressaltou a coordenadora em saúde da Coordenadoria de Controle de Doenças (CCD) da SES, Regiane de Paula.
O que é a clado 1 b na Mpox?
A mpox é uma doença zoonótica viral. A transmissão para humanos pode ocorrer por meio do contato com animais silvestres infectados, com pessoas infectadas pelo vírus e com materiais contaminados.
Há duas formas de apresentação da doença, anteriormente conhecida como "varíola dos macacos": uma cepa que é mais grave (clado 1b) e pode matar até 10% dos infectados e outra que é menos agressiva (clado 2b), responsável pelo surto global da doença em 2022. Naquela ocasião, mais de 99% dos pacientes sobreviveram.
Em 2022, inclusive, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reclassificou os nomes dessas linhagens, renomeando a doença para "mpox". A variante 2b, associada ao clado 2, tornou-se mais transmissível por meio de relações sexuais, o que contribuiu para sua disseminação global.
Embora casos de mpox tenham sido registrados no Estado de São Paulo desde 2022, até então eram atribuídos ao clado 2, que causou uma epidemia global há três anos. Em 2023, São Paulo contabilizou 1.126 infecções sem óbitos e, neste ano, foram registrados 120 casos, todos ligados à cepa anterior.
Quais são os primeiros sintomas e como identificar a doença?
Os primeiros sintomas, principalmente, incluem erupções cutâneas ou lesões de pele, além de linfonodos inchados (ínguas), febre, dores no corpo, dor de cabeça, calafrio e fraqueza.
Algumas doenças que se manifestam de forma parecida são o sarampo, a herpes e a sífilis. Mas há alguns sinais específicos da mpox como a progressão das erupções na pele, que vão de macular (tom avermelhado em determinada região da pele), papular (quando as feridas ganham elevações na pele), vesicular (as bolhas começam a surgir) e pustulosa (lesões se tornam pústulas, com pontas brancas e arredondadas), segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC).
Depois, as feridas adquirem o caráter de crosta e da descamação.

O diagnóstico da doença é realizado por meio do exame de PCR (Reação em Cadeia da Polimerase), podendo também ser utilizado o sequenciamento do material genético presente nas lesões características da enfermidade.
Como é a transmissão da mpox?
A transmissão da doença não mudou em relação às cepas anteriores: a mpox é transmitida pelo contato com a pele de pessoas que estão contaminadas. No caso do Congo, a maior parte das infecções foi transmitida por via sexual, forma mais comum de contágio, segundo a OMS.