Saúde

Mamma Bruschetta sofre queda em casa; Veja como reduzir riscos de acidentes domésticos entre idosos

Apresentadora precisou ser socorrida por bombeiros; médico aponta sinais de alerta e como se prevenir

Imagem da noticia Mamma Bruschetta sofre queda em casa; Veja como reduzir riscos de acidentes domésticos entre idosos
Mamma Bruschetta publicou selfie ao lado dos bombeiros que a ajudaram após sofrer uma queda em casa | Foto: Reprodução/Instagram/@mammabruschetta
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A apresentadora Mamma Bruschetta sofreu uma queda em casa na madrugada desta segunda-feira (13). Ela foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros e relatou o incidente nas redes sociais, publicando uma foto ao lado dos militares que a ajudaram. “Queridos bombeiros que me acudiram no tombo que sofri na madrugada. Verdadeiros heróis”, escreveu Mamma na publicação.

Segundo a assessoria de imprensa da apresentadora, ela acionou os bombeiros, por precaução, após cair e não conseguir se levantar. Mamma, de 76 anos, foi medicada e passa bem após o incidente, que reacendeu o alerta para um risco comum entre as pessoas mais velhas: quedas em casa.

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De janeiro a abril deste ano, o Ministério da Saúde registrou cerca de 62 mil internações de idosos por quedas no país. No mesmo período, os atendimentos ambulatoriais, sem necessidade de hospitalização, ultrapassaram 67 mil. Em todo o ano de 2024, foram mais de 344 mil casos de quedas que exigiram atendimento médico, e 13.385 idosos morreram em decorrência dos ferimentos.

Segundo especialistas, o envelhecimento torna o equilíbrio menos eficiente e aumenta a vulnerabilidade a quedas, mesmo em locais familiares. “A musculatura perde força e tônus, o centro de gravidade muda e os reflexos ficam mais lentos, o que diminui a capacidade de reagir rapidamente a um tropeço ou desequilíbrio”, explica o geriatra Felipe Vecchi, diretor médico e operacional dos residenciais Cora e Vivace, da BSL Saúde.

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Atenção aos primeiros sinais

De acordo com o médico, qualquer queda deve ser levada a sério, ainda que pareça leve. “A primeira atitude deve ser evitar levantar sozinho e pedir ajuda quanto antes, seja chamando alguém próximo, utilizando o celular ou recorrendo a um dispositivo de emergência”, afirma Vecchi.

Mesmo quando a pessoa afirma estar bem, é importante que um familiar ou cuidador seja avisado e acompanhe o idoso nas horas seguintes. Algumas lesões podem não aparecer de imediato e só apresentar sintomas com o passar do tempo.

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Entre os sinais que exigem avaliação médica imediata estão dores que persistem após a queda, batida na cabeça, tontura, sonolência, confusão mental ou dificuldade para movimentar membros. Pessoas idosas que já caíram antes ou tomam medicamentos que afinam o sangue precisam de uma observação ainda mais cuidadosa.

O que familiares e cuidadores devem observar no dia a dia?

Felipe Vecchi lembra que, muitas vezes, a pessoa evita falar sobre o medo de cair, mas a mudança no comportamento oferece pistas. “É comum que a pessoa comece a ter mais dificuldade para realizar tarefas simples, como tomar banho, levantar da cama ou da cadeira e se vestir”, observa.

Elas também evitam certas atividades ou ambientes por medo de se desequilibrar. Essas ações podem se manifestar de maneira sutil, com o hábito de se apoiar em móveis, paredes ou em outras pessoas com mais frequência. Alterações na forma de andar e o afastamento de atividades sociais também são sinais de que o equilíbrio e a confiança estão comprometidos.

“A sensibilidade de quem convive com a pessoa é essencial para perceber a gradual perda de funcionalidade e agir de forma preventiva, sem constrangimentos ou cobranças”, ressalta o médico.

Prevenção dentro de casa

O médico recomenda adaptar o banheiro com barras de apoio e pisos antiderrapantes, além de boa iluminação em todos os cômodos e evitar mudanças bruscas que confundam a noção do espaço para evitar possíveis quedas. “Tapetes soltos, móveis baixos, fios espalhados e objetos que se movem com facilidade aumentam muito o risco de tropeços”, diz.

A maioria dos acidentes ocorre no quarto ou no banheiro, de acordo com dados da Central de Atendimento 24 horas da TeleHelp, ouvida pela Agência Brasil. O uso de calçados firmes, a correção de problemas de visão e audição e a prática de exercícios físicos regulares também ajudam na prevenção.

A caminhada pode ser um grande aliado neste momento, além de trabalhar as pernas e os joelhos, o exercício melhora a capacidade cardiorrespiratória e ajuda na saúde mental.

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E quando se mora sozinho?

Nesses casos, o geriatra orienta que a pessoa mantenha o celular sempre por perto e utilize dispositivos de emergência, como pulseiras ou botões de alerta, para facilitar o socorro em caso de queda.

Ele também recomenda criar uma rotina de contato diário com familiares, vizinhos ou cuidadores, o que ajuda a garantir uma resposta rápida em situações de emergência sem comprometer a autonomia.

Resistência emocional às mudanças

A resistência a mudanças no ambiente ou em adotar medidas de segurança é comum entre as pessoas idosas. Segundo o médico Felipe Vecchi, isso está ligado a fatores emocionais e simbólicos do envelhecimento natural.

“Essas adaptações são vistas, muitas vezes, como sinais de fragilidade. Por isso, é essencial que a conversa seja feita com respeito, mostrando que os recursos servem para preservar a independência, não para restringi-la", diz Vecchi.

Ele destaca que há também um receio da perda de autonomia e da dependência de outras pessoas. “Existe um medo real de serem vistos como incapazes, frágeis ou ‘velhos demais’ para cuidar de si”, afirma. Alterar o ambiente doméstico, segundo Vecchi, pode ser sentido como “uma invasão do espaço pessoal ou uma ameaça à história construída naquele ambiente”.

O médico lembra ainda que o orgulho e o desejo de preservar a própria independência pesam nessas decisões. “Nem sempre a pessoa admite suas limitações por receio de preocupar a família ou perder o controle sobre suas decisões”, observa.

Para lidar com isso, Vecchi defende que o diálogo e o respeito são fundamentais. Ele argumenta que quando a pessoa participa das decisões, “a aceitação melhora muito”.

A conscientização, afirma o especialista, deve ser feita com cuidado, sem imposições. “Os recursos de segurança são aliados da autonomia e não símbolos de incapacidade”, acrescenta.

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