Glioma: o que é tumor raro e agressivo que matou atriz Kelley Mack aos 33 anos
Existem diferentes tipos de tumores, que variam em agressividade e localização; dor de cabeça frequente é um sinal de atenção

Wagner Lauria Jr.
A atriz norte-americana Kelley Mack, conhecida por suas participações em séries como The Walking Dead, Chicago Med e 9-1-1, morreu no último dia 2 de agosto, aos 33 anos, em razão de um glioma no sistema nervoso central, um tipo de tumor cerebral considerado raro e agressivo. A informação foi confirmada pela família em comunicado à imprensa.
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O que é o glioma no sistema nervoso central?
O glioma é um tumor que se origina nas células gliais, responsáveis por dar suporte e proteção aos neurônios no cérebro e na medula espinhal. Essas células formam a “cola” do sistema nervoso central (daí o nome “glia”, que vem do grego e significa “cola”). Quando sofrem mutações genéticas, podem dar origem a tumores que comprometem funções neurológicas essenciais, como coordenação motora, fala, visão e memória.
Existem diferentes tipos de gliomas, que variam em agressividade e localização, como astrocitomas, oligodendrogliomas e meningiomas .
Saiba mais sobre cada tipo
Astrocitomas — É o tipo mais comum de câncer. Os de Grau 1 e 2 costumam ser benignos, de crescimento lento e acometem, em sua maioria, pacientes mais jovens. Já os de Grau 3 e 4 e geralmente se instalam em pacientes a partir dos 40 anos, são malignos e o crescimento é mais rápido.
Oligodendrogliomas — É o segundo tipo de câncer mais frequente. Funciona igual os astrocitomas, a depender do grau, é maligno ou benigno, com crescimento mais rápido ou mais lento.
Meningiomas — Esses tipos possuem relação com os hormônios femininos e a gravidez, e por isso são mais comum em mulheres. Nesse caso, a taxa de tumores malignos é de apenas 10% dos casos.
O glioma que atingiu Mack foi descrito pela família como um tumor “raro e agressivo”, o que indica um caso de difícil tratamento, muitas vezes resistente à cirurgia, radioterapia e quimioterapia.
Diagnóstico e sinais de atenção
De acordo com o Instituto Vencer o Câncer, não há exames de rotina para diagnóstico precoce de câncer de cérebro. No entanto, o sintoma mais comum, principalmente em adultos, segundo o neurologista Flavio Sekeff Salem, é a dor de cabeça frequente. No caso das crianças, além de dor na cabeça, é mais comum dificuldade para andar, ficar de pé, vômito, fraqueza e visão dupla.
Outros sintomas que também podem acontecer são crise convulsiva, alterações de comportamento, alteração na sensibilidade do corpo e dormência da face.
"Qualquer sintoma mais persistente, independentemente da idade, deve ser investigado.", disse a oncologista Camila Yamada.
Em caso de sinais de atenção, o médico pode pedir uma ressonância magnética ou tomografia computadorizada do crânio.
Fatores de risco
Diferente de outros tipos de câncer, fatores de risco como cigarro e bebida alcoólica não está associado diretamente a uma maior incidência da doença, explicou a oncologista.
Uma das causas mais estabelecidas é a exposição à radiação ionizante, que acontece em casos de acidentes nucleares, por exemplo. Em outros, o fator hereditário pode influenciar no aparecimento da doença.
Tratamento
Inicialmente, a indicação costuma ser cirúrgica, com a remoção do tumor. Além disso, são indicadas como tratamento complementar radioterapia e quimioterapia. No entanto, a doença costuma voltar mais frequentemente, a depender do grau e tipo do tumor maligno, sua localização e do estado geral de saúde do paciente.
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