Família denuncia descaso após morte em hospital em SP
Filho acusa unidade de saúde por falta de exames, superlotação e descaso no atendimento à mãe, que morreu dois dias após internação
Fabíola Corrêa
Flagrantes de descaso na saúde pública em São Paulo. A equipe de Jornalismo do SBT foi até o Hospital Municipal do Tatuapé, na zona leste de São Paulo, na quinta-feira (15), onde viu cenas tristes. Dezenas de macas com pacientes espalhadas pelos corredores, com prontuários improvisados presos nos leitos.
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A equipe de reportagem retornou ao hospital nesta sexta (16) e encontrou ainda mais dúvidas do que respostas. “Vim saber por que minha mãe morreu”, declarou emocionado o filho de Anair Silva de Paiva, de 51 anos. Ela passou mal no trabalho, sentindo enjoo e falta de ar, e foi sozinha até a UPA mais próxima.
Segundo relato do filho, a paciente ficou no soro e seu estado piorou. Durante o atendimento, Anair enviou um áudio à família, mas o celular descarregou em seguida. O que eles não sabiam é que ela já havia sido transferida, entubada, para o Hospital do Tatuapé.
“Aqui, o médico dizia que não sabia de nada, que não tinha os documentos dela”, contou o filho. Os exames essenciais para o diagnóstico não foram realizados. De acordo com ele, era fim de semana e não havia equipe suficiente de plantão. Além disso, não havia leitos disponíveis.
Em uma das cenas registradas pela produção de Jornalismo, um paciente aguardava no corredor com diagnóstico de amputação na perna esquerda. O atendimento foi feito ali mesmo, de forma improvisada. Foram mais de quatro dias até ele conseguir uma vaga no centro cirúrgico.
Em nota, a Secretaria de Saúde afirmou que a unidade tem corpo clínico completo, equipamentos, insumos e medicamentos suficientes. Informou ainda que o hospital realiza cerca de 5 mil atendimentos mensais, possui 392 leitos e que os casos são atendidos conforme a gravidade.
Anair morreu dois dias após dar entrada no hospital. Sofreu três paradas cardíacas e não resistiu. “Foi negligência”, disse o filho, dizendo que ela não tinha nenhuma doença pré-existente e estava feliz com o novo trabalho.
