Publicidade
Saúde

Falta de sangue adia cirurgias eletivas em São Paulo

Estoques dos hemocentros estão muito baixos e já afetam pacientes que aguardam cirurgias no Hospital São Paulo

Publicidade

A falta de sangue já provoca o adiamento de cirurgias eletivas em São Paulo. A doação costuma diminuir no inverno, mas, neste ano, os estoques estão ainda mais reduzidos.

No Hemocentro do Hospital São Paulo, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a situação preocupa os médicos. A geladeira de armazenamento está praticamente vazia. O centro atende pacientes de várias partes do Brasil e depende do fluxo constante de doadores.

Segundo a instituição, o frio intenso nos meses de julho e agosto afastou os voluntários, mesmo após contatos diretos. Os primeiros tipos a ficarem em falta foram os negativos e o tipo O, considerado universal. Enquanto na Europa há 50 doadores a cada mil habitantes, no Brasil são apenas 16.

+ Como convencer um idoso a ir ao médico sem brigas?

+ Medicina nuclear transforma diagnóstico e tratamento do câncer no Brasil

A diretora técnica do Hemocentro, médica Melca Maria Oliveira Barros, explica que os casos mais prejudicados são os de cirurgias agendadas: “nós temos planos de contingência para que ninguém morra por falta de sangue. Mas, quando o estoque está baixo, infelizmente os pacientes que sofrem são aqueles com cirurgia eletiva marcada, porque não posso tirar sangue de quem já está internado”.

Entre os atingidos pela escassez está a bebê Helena, de 7 meses. A família saiu de Mato Grosso para que ela passasse por uma cirurgia cardíaca, já que nasceu com apenas uma válvula. No dia do procedimento, os pais receberam a notícia de que não havia sangue disponível.

A mãe, Eduarda Cenedesi, contou como foi o momento: “marcaram o cateterismo, a gente veio de novo pra cá. Fizeram o cateterismo na quarta-feira passada e disseram que ela iria operar na quinta. Fizemos o jejum certinho, mas de manhã cedo informaram que iam cancelar a cirurgia porque não tinha sangue”.

A situação só mudou após uma mobilização de parentes e amigos, que conseguiram doadores suficientes para viabilizar a operação.

“A gente conseguiu 7 pessoas para fazer a doação. Entraram em contato com a gente no início da semana, e a cirurgia dela pôde ser realizada. Ela acabou de operar e está bem, muito bem”, conta a mãe.

Publicidade

Assuntos relacionados

Saúde
Sangue
cirurgia
Publicidade

Últimas Notícias

Publicidade