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'Tailândia terá de agir para proteger sua soberania e seu povo', diz primeiro-ministro sobre confronto com o Camboja

Segundo Anutin Charnvirakul, não há hoje um acordo de cessar-fogo entre os dois países

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Anutin Charnvirakul deu declarações à imprensa internacional neste sábado (13). | Reprodução/Reuters
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A Tailândia não chegou a um acordo de cessar-fogo com o Camboja e o exército tailandês continuará o combate na fronteira, segundo o primeiro-ministro interino da Tailândia, Anutin Charnvirakul, neste sábado (13).

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As declarações foram feitas depois que caças tailandesas atacaram alvos cambojanos na segunda-feira (8), logo após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, dizer que havia intermediado um novo cessar-fogo.

Segundo o exército da Tailândia, pelo menos um soldado tailandês foi morto e quatro ficaram feridos nos novos confrontos que eclodiram em duas áreas da província mais oriental de Ubon Ratchathani, quando suas tropas foram atacadas pelo Camboja.

O ministério da defesa do Camboja afirmou em comunicado que o exército tailandês lançou ataques ao amanhecer contra suas forças em dois locais, após dias de ações provocativas, e acrescentou que as tropas cambojanas não retaliaram.

De acordo com Trump, em nova conversa com o oficial tailandês e o primeiro-ministro do Camboja, Hun Mane, na sexta (12), houve um acordo de “cessar todos os disparos”. Entretanto, nenhum dos dois mencionou o acordo em declarações recentes.

Cessar-fogo

A disputa fronteiriça se transformou em um conflito de cinco dias em julho, antes de um acordo de cessar-fogo mediado pelo primeiro-ministro malaio Anwar Ibrahim e por Trump, que também testemunhou a assinatura de um acordo de paz ampliado entre os dois países em Kuala Lumpur em outubro.

Pelo menos 48 pessoas foram mortas e cerca de 300.000 foram temporariamente deslocadas durante o conflito.

Após uma explosão de mina terrestre em novembro que matou um de seus soldados, a Tailândia anunciou que estava interrompendo o pacto de cessar-fogo com o Camboja.

O influente ex-líder do Camboja, Hun Sen, pai de Hun Manet, disse que o exército da Tailândia era "agressor", buscando provocar uma resposta retaliatória e pediu às forças cambojanas que exercessem moderação.

Tailândia e Camboja disputaram por mais de um século a soberania ao longo de sua fronteira terrestre de 817 km, mapeada pela primeira vez em 1907 pela França, quando governava o Camboja como colônia.

Tensões latentes ocasionalmente explodiram em confrontos, como uma troca de artilharia de uma semana em 2011, apesar das tentativas de resolução pacíficas.

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