Dentista tem queimaduras nos olhos por uso de pomada capilar no RJ; entenda riscos

A dentista Luana Gonçalves sofreu uma lesão nos olhos depois que uma pomada capilar escorreu para o rosto com a água da chuva. Ela se preparava para o Carnaval do Rio de Janeiro.

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"Resolvi fazer umas tranças e chamei uma profissional para fazer o atendimento. Essa profissional usou algum tipo de pomada para deixar as tranças bem alinhadas. O que acontece? Choveu de madrugada e, com isso, escorreu para os meus olhos causando uma queimadura", explicou.

Ela pontuou que o diagnóstico foi ceratite ocular, uma inflamação na córnea que pode comprometer a saúde ocular se não for tratada corretamente. Para conter o problema, ela está em tratamento intensivo, aplicando colírios a cada hora, por 35 dias. Além disso, está usando um protetor ocular no olho esquerdo.

Riscos dos produtos capilares

Os produtos capilares podem conter substâncias irritantes que, ao atingirem os olhos, provocam queimaduras químicas.

Caso ocorra contato acidental com os olhos, a orientação é lavar a região com água corrente por 15 minutos. Sintomas como ardência constante, dor, irritação, vermelhidão ou visão turva devem ser avaliados por um médico ou atendimento de emergência para evitar complicações.

"Aconteceu comigo, mas eu quero que vocês saibam que pode acontecer com qualquer pessoa", alerta Luana.

Como se prevenir?

Nos últimos dois anos, cerca de 1,2 mil pomadas já tiveram suas autorizações revogadas, após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) estabelecer critérios mais rígidos para a regularização desses cosméticos em 2023.

A Agência recomenda que os consumidores utilizem apenas pomadas capilares devidamente regularizadas e evitem produtos de origem duvidosa. Além disso, alerta que o uso excessivo e o contato com os olhos devem ser evitados, especialmente em ambientes como praias e piscinas.

Para garantir a segurança da população, a Anvisa disponibiliza um painel com a lista completa de produtos autorizados. O órgão também incentiva denúncias de comercialização irregular, que podem ser feitas pelos canais oficiais da Vigilância Sanitária.

A exposição à umidade, como em chuvas, piscinas e praias, pode aumentar o risco de reações adversas.