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Saúde

De onde vem a gagueira? Veja possível origem de distúrbio da fala

Repetições involuntárias de palavras, sílabas e sons podem estar relacionadas a uma região do cérebro específica; entenda

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Gagueira pode estar associada à uma região específica do cérebro | Freepik
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Repetir palavras, prolongar sons, letras e sílabas. A gagueira pode estar associada a uma região do cérebro específica. É o que aponta um estudo realizado pela Universidade de Turku, na Finlândia.

“A gagueira já foi considerada um distúrbio psicológico. No entanto, com mais investigação, entende-se agora que se trata de uma doença cerebral relacionada com a regulação da produção da fala”, disse um dos responsáveis pelo estudo, o professor de neurologia Juho Joutsa

O putâmen, a amígdala e o claustro, áreas próximas no cérebro, foram relacionadas à gagueira, a partir da observação de imagens de ressonância magnética feitas pelos pesquisadores. Elas foram utilizadas para escanear o cérebro de indivíduos com gagueira de desenvolvimento (aquelas em que o distúrbio começa na infância) e outros que tiveram após um Acidente Vascular Cerebral (AVC).

"Essas descobertas explicam características bem conhecidas da gagueira, como as dificuldades motoras na produção da fala e a variabilidade significativa na gravidade da gagueira em diferentes estados emocionais. Como núcleos principais do cérebro, o putâmen regula a função motora e a amígdala regula as emoções. O claustro, por sua vez, atua como um nó para diversas redes cerebrais e retransmite informações entre elas”, explica Jotsua.

Dentre os indivíduos que sofreram AVC, alguns desenvolveram gagueira imediatamente e outros, não. Nos participantes que começaram a gaguejar após o derrame, a área afetada é a mesma do que os outros indivíduos que já apresentam as mudanças estruturais no cérebro desde a infância (gagueira de desenvolvimento). Outra condição que provoca o surgimento da gagueira, segundo os pesquisadores, é a Doença de Parkinson.

Como tratar a gagueira?

No Brasil, 9,5 milhões de pessoas são afetadas pela gagueira, segundo o Instituto Brasileiro de Fluência (IBF), entidade ligada ao tema. Com o estudo, os pesquisadores finlandeses esperam abrir novas possibilidades de tratamento médico da condição, como a estimulação cerebral direcionada especificamente para a rede cerebral associada ao ato de gaguejar.

Hoje, segundo a Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de SP, a gagueira é tratada por um profissional de fonoaudiologia, com o objetivo de auxiliar na melhoria da fluência e na capacidade comunicativa do indivíduo.

A instituição recomenda alguns exercícios que podem auxiliar no tratamento do distúrbio:

  • Relaxamento do corpo;
  • Relaxamento da mente;
  • Conversar consigo mesmo na frente do espelho;
  • Ler livros em voz alta;
  • Diminuir a velocidade da fala;
  • Aumentar pausas durante a fala;
  • Reduzir a tensão muscular.
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