Covid: cobertura vacinal completa em menores de 14 anos não chega a 12%, mostra pesquisa
Baixa procura pelo imunizante para crianças e adolescentes ainda preocupa, pois está associada à continuidade da mortalidade pela doença
Emanuelle Menezes
A cobertura vacinal contra a covid-19 em crianças e adolescentes continua baixa, segundo estudo divulgado nesta segunda-feira (11) pelo Observatório de Saúde na Infância (Observa Infância), da Fiocruz e Unifase. O boletim analisou dados do Ministério da Saúde, de fevereiro, que mostram que apenas 11,4% das crianças e adolescentes menores de 14 anos foram imunizadas com o esquema vacinal completo, com três doses.
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- Entre crianças de 6 meses a 2 anos, apenas 6,3% completaram o ciclo de três aplicações;
- 6,7% das crianças de 3 a 4 anos fizeram o esquema vacinal completo;
- Na faixa de 5 a 11 anos, a porcentagem de crianças imunizadas com as três doses sobe para 12,8%.
O Observa Infância aponta para uma queda importante no número de óbitos de crianças e adolescentes após o início da imunização, o que indica a eficácia das vacinas. Em 2021, nas oito primeiras semanas do ano, foram registradas 118 mortes pela doença entre crianças e adolescentes até 14 anos. Em 2022, o número saltou para 326 mortes no mesmo período, o que representou quase a metade (47,1%) das mortes por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).
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Em 2023, com a vacina contra covid disponível no Brasil para crianças a partir dos 6 meses, foram registrados 50 óbitos pela doença nas oito primeiras semanas do ano, uma redução drástica no número de mortes. Agora, em 2024, foram observadas 48 mortes de crianças e adolescentes no mesmo período, o que representa 32,4% do total das mortes por SRAG no ano.
A baixa procura pelo imunizante para crianças e adolescentes ainda preocupa, segundo o documento, pois está associada à continuidade da mortalidade pela doença.
"A análise mostra que temos uma vacina segura, eficiente e disponível em todos os municípios. Precisamos usar o recurso que nós temos para garantir a saúde das crianças, especialmente em um cenário desfavorável com a circulação de outras doenças perigosas, como a dengue", alerta o coordenador do Observa Infância, Cristiano Boccolini.
Estou com sintomas de covid. E agora?
Quem apresentar sintomas e sinais de infecção respiratória deve ficar em casa, fazer repouso e se hidratar bastante. Para o alívio dos sintomas, pode ser necessário o uso de medicamentos para dor e febre, como analgésicos e antitérmicos.
Se for indispensável sair, a recomendação é usar uma máscara PFF2 ou N95 para evitar a disseminação do coronavírus. Essas orientações valem, especialmente, para quem precisar ir a uma unidade de saúde.
Estar com o esquema vacinal em dia ainda é a principal forma de se prevenir das formas mais graves da covid-19 e reduzir o risco de hospitalização e morte.
ATENÇÃO: Caso os sintomas persistam ou se agravem, procure imediatamente um serviço de saúde.