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Comer demais significa compulsão alimentar? Veja como identificar e lidar com problema

Fome emocional pode ser um gatilho para a compulsão, mas nem toda fome emocional se torna uma compulsão; entenda

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Compulsão alimentar é o mesmo que comer demais? Entenda | Freepik
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Quando falamos em compulsão alimentar, não estamos nos referindo apenas a comer muito em uma determinada refeição ou em um dia específico.

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A compulsão é caracterizada pelo comer exagerado em um curto período, com sensação de perda de controle, quando a pessoa não consegue parar de comer, mesmo estando saciada ou sem fome. Isso pode ocorrer até mesmo após uma refeição, e não apenas após um período de jejum.

A compulsão alimentar acomete 3,5% das mulheres e 2% dos homens, e não envolve comportamentos compensatórios, como provocar vômitos ou o uso de laxantes.

Para chegarmos ao diagnóstico de compulsão alimentar, o paciente precisa apresentar sintomas pelo menos uma vez por semana, durante três meses, como:

+ Comer rapidamente grandes quantidades de comida, mesmo sem fome;

+ Comer até sentir-se desconfortavelmente cheio;

+ Sentir culpa, vergonha ou arrependimento após os episódios;

+ Comer escondido ou em horários incomuns para evitar que outros percebam;

+ Ter a sensação de falta de controle em relação à alimentação.

É importante diferenciar compulsão alimentar de fome emocional. Na fome emocional, o paciente, sem sentir fome física, desconta suas emoções na comida como uma resposta a elas (ansiedade, medo, tristeza, tédio) e busca alimentos altamente palatáveis (doces ou salgados de sua preferência), que trazem sensação de alívio ou conforto assim que ingeridos. Todos nós passamos por momentos assim, mas o problema surge quando a comida se torna a única fonte de prazer.

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Ou seja, a fome emocional pode ser um gatilho para a compulsão, mas nem toda fome emocional se torna uma compulsão.

Fatores que influenciam a compulsão alimentar

+ Emocionais: ansiedade, tristeza, estresse, insatisfação com a imagem corporal;

+ Físicos: desequilíbrio em neurotransmissores que regulam o humor (serotonina e dopamina), aumentando a busca por alimentos altamente calóricos, além de desequilíbrios hormonais ligados à fome;

+ Genéticos e ambientais: dietas restritivas, histórico de alimentação desregulada.

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A compulsão pode gerar impactos negativos tanto na saúde física (diabetes tipo 2, hipertensão, problemas gastrointestinais, aumento do colesterol e dos triglicérides) quanto na saúde emocional (ansiedade, depressão, piora da autoestima, frustração, entre outros), tornando-se um ciclo vicioso.

Ou seja, a pessoa busca a comida como forma de consolo para lidar com o mal-estar emocional, o que gera mais frustração, agravando a ansiedade e a depressão.

Como lidar com a compulsão?

O primeiro passo é buscar ajuda de um psicólogo e/ou psiquiatra. A psicoterapia é fundamental para que o paciente aprenda a identificar os gatilhos emocionais e a lidar com eles, além de trabalhar sua relação com a comida.

Vale ressaltar a importância de práticas como meditação e mindfulness, exercícios físicos e atividades prazerosas que não envolvam apenas a alimentação. Caso necessário, o uso de medicamentos também pode ser essencial no tratamento, auxiliando no equilíbrio hormonal e dos neurotransmissores ligados à compulsão.

Muitos pacientes sentem vergonha de pedir ajuda, como se isso fosse uma fraqueza, falta de "vergonha na cara" ou de disciplina, o que pode agravar ainda mais as consequências. Comer é prazeroso, mas quando passa a causar sofrimento, é fundamental procurar ajuda.

*Marina Dammous é psicóloga credenciada pelo CRP 06/76237

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