Saúde

Casos de câncer em jovens crescem e alertam para diagnóstico precoce

Número de casos em pacientes abaixo dos 50 anos saltou quase 80% nas três últimas décadas, de acordo com a OMS e a American Cancer Society

O sorriso no rosto de Karina hoje é resultado de muita força e luta. Ela recebeu o diagnóstico de câncer de mama aos 29 anos, mesmo sem nenhum histórico familiar da doença.

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“Foi muito difícil… a gente não acredita… uma médica desconfiou e eu então descobri o nódulo. Eu tinha um filho de 1 ano e meio… queria ver meu filho crescer”, conta Karina.

A história dela faz parte de uma estatística preocupante. De acordo com a Organização Mundial da Saúde e a American Cancer Society, nas últimas três décadas, o número de casos de câncer em pacientes abaixo dos 50 anos aumentou 79% .

Para a diretora da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica, esse crescimento está relacionado, principalmente, a diagnósticos tardios.

“A comunidade médica precisa pedir os exames de detecção. Se fosse um idoso, iria pedir um exame específico. Com o jovem, não pedem”, explica.

Casos famosos

A morte da campeã brasileira de ginástica Isabelle Marciniak, de apenas 18 anos, trouxe um alerta às autoridades. A jovem lutava contra um linfoma de Hodgkin, um câncer que ataca o sistema linfático e afeta as células responsáveis pela proteção do corpo. A atleta paranaense era considerada uma promessa do esporte olímpico brasileiro.

Isabelle não é a única figura conhecida jovem a enfrentar a doença. A princesa Kate Middleton desenvolveu um câncer na região abdominal aos 43 anos. Já a cantora brasileira Preta Gil descobriu um câncer colorretal e, após dois anos de tratamento, morreu em julho deste ano.

Diante desse cenário, especialistas passaram a investigar o que poderia estar levando a esse aumento de casos entre pessoas abaixo dos 50 anos. Ainda não há uma resposta definitiva. No entanto, estudos indicam que o fenômeno pode estar relacionado ao estilo de vida dos jovens, em uma combinação de fatores genéticos, ambientais e comportamentais.

“Ingestão de produtos industrializados… eu falo para os meus pacientes: tem que comprar na feira. Há aumento da obesidade, tabagismo e, principalmente, fatores genéticos”, destaca a doutora Jacqueline.

No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer projeta cerca de 704 mil casos por ano. Um número expressivo, que levanta questionamentos sobre a capacidade do sistema público de saúde em oferecer tantos tratamentos.

“O câncer tem cura, sim. Importante não ignorar sintomas, nunca. É ficar de olho nos exames periódicos e tomar as vacinas”, reforça a especialista.

Para quem enfrenta tão cedo uma doença dessa magnitude, o apoio e a persistência fazem a diferença. Hoje, Karina está curada.

A foto do início do tratamento contrasta com a realidade atual. O filho, que tinha apenas um ano, hoje já está mais alto do que a mãe. Nesse meio tempo, a família cresceu.

“Eu venci o câncer. Não pode desistir, tem que ter fé. Eu estou aqui”, afirma.

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