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Caso Izquierdo: pessoas com arritmia cardíaca podem praticar atividade física? Entenda

Jogador uruguaio, que faleceu cinco dias após desmaiar em campo em partida contra o São Paulo, recebeu diagnóstico da condição em 2014

Caso Izquierdo: pessoas com arritmia cardíaca podem praticar atividade física? Entenda
Izquierdo foi diagnosticado com arritmia cardíaca quando tinha 17 anos | Reprodução
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O jogador do Nacional do Uruguai Juan Izquierdo morreu, nesta terça-feira (27), cinco depois de desmaiar em campo por uma arritmia cardíaca durante o jogo contra o São Paulo pelas oitavas de final da Libertadores, no Morumbi. Ele estava internado no Centro de Terapia Intensivo (CTI) do Hospital Albert Einstein, e teve a morte encefálica confirmada às 21h38.

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O atleta, que tinha 27 anos, foi diagnosticado com a condição, que se caracteriza por um batimento cardíaco irregular, frequentemente descrito por muitas pessoas como um “tremor” e “vibração” do coração, quando tinha 17 anos, em 2014, por meio de exames realizados pelo programa "Gol ao Futuro", do governo uruguaio, direcionado a jogadores de futebol do país, informou Sebastián Bauza, diretor da Secretaria Nacional de Esportes do país, em entrevista a rádio uruguaia Carve Deportiva.

Pessoas com arritmia podem praticar atividade física?

De acordo com o cardiologista Guilherme Fenelon, do Albert Einstein, grande parte das arritmias cardíacas não é desencadeada pelo exercício físico, que é benéfico, inclusive, para diminuir a chance de vários tipos de arritmia.

"Então, se o paciente estiver adequadamente controlado, seja por medicação ou com outras formas de tratamento, a atividade é benéfica", explica.

Entretanto, de acordo com o especialista, existe um tipo de arritmia grave, muitas vezes de origem genética, que acomete a parte de baixo do coração. Nesses casos, as pessoas não podem fazer atividade física intensa, porque a condição pode colaborar para o desencadeamento de um episódio grave ao longo da prática.

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No entanto, até mesmo para pacientes com esse diagnóstico, a atividade física não deve ser interrompida completamente e, sim, ter sua intensidade reduzida. Apesar de um problema cardíaco, em geral, limitar a capacidade de uma pessoa realizar exercícios físicos, não significa que todos os exercícios sejam proibidos, como explica o cardiologista da Omron Healthcare Audes Diogenes de Magalhaes.

"É importante que qualquer atividade física seja realizada com supervisão, especialmente para aqueles com condições cardíacas graves que sugerimos a realização de reabilitação cardiovascular", ressalta.

O cardiologista Ricardo Contesini aponta que quando a pessoa interrompe a prática de exercícios passa a ter os mesmos riscos de doenças cardiovasculares das pessoas sedentárias.

"A atividade física vai proteger seu coração e sua saúde enquanto você pratica", explica.

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É possível prevenir a arritmia?

A doença pode ser prevenida em casos em que não há componentes genéticos ou de malformação do coração (cardiopatia congênita), pela redução ou eliminação dos fatores de risco que são, principalmente, pressão alta, consumo de álcool, obesidade, sedentarismo, alimentação desbalanceada, tabagismo, estresse, além de disfunção do funcionamento da tireoide — hipertireoidismo e hipotireoidismo.

Também podem colaborar com arritmia:

  • Anemia;
  • Doença de chagas;
  • Alguns medicamentos (principalmente para infecções respiratórias e alergias);
  • Consumo de bebidas energéticas e alcoólicas;
  • Apneia do sono;
  • Diabetes.

A alimentação desempenha um papel importante. Ela precisa ser rica em frutas, legumes e sem gorduras e carboidratos em excesso, segundo Nivaldo Menezes, conselheiro da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).

Primeiros sinais de uma arritmia

Segundo o Hospital Rede D'Or São Luiz, a irregularidade nos batimentos cardíacos pode se apresentar até mesmo em repouso, quando o indivíduo sente o coração acelerar sem motivos (Fibrilação Arterial), além de batimentos rápidos e desordenados (Arritimias ventriculares) ou mais lentos (bradicardia) do que o normal, e também pode acontecer quando a pessoa sente o coração bater e fica com a impressão de que há uma falha entre uma batida e outra (Taquicardias supraventriculares).

Alguns dos sintomas mais comuns são dores no peito, palpitações, falta de ar e fadiga. Os pacientes também podem sentir tontura, desmaio, respiração curta e sensação do coração saindo pela boca.

Em certos casos a condição é assintomática, por isso é importante fazer exames como eletrocardiograma (ECG) regularmente. Holter, teste ergométrico, estudo eletrofisiológico também podem ser eficazes para diagnosticar a condição.

Diferenças para um infarto

De acordo com o Ministério da Saúde, o infarto agudo do miocárdio, também conhecido como ataque cardíaco, ocorre quando há a morte de células do músculo do coração devido a formação de coágulos que interrompem o fluxo sanguíneo de forma súbita e intensa, fazendo com que o coração pare de bater.

Os sintomas, como dor no peito, podem se confundir com arritmia, por isso, nos dois casos, é necessário atendimento médico o quanto antes. Quanto mais cedo for o atendimento de urgência e emergência, sobretudo em casos de infarto, menor o risco de morte, segundo a pasta da Saúde.

De acordo com a SBC, mesmo que o paciente sofra um infarto, ele pode voltar a praticar atividade física após completar seis ou sete dias do episódio.

Como tratar?

Uma vez diagnosticada a condição, que afeta cerca de 20 milhões de brasileiros, segundo a Sociedade Brasileira de Arritimias Cardíacas (Sobrac), é importante acompanhamento médico para a prática de exercícios físicos, por exemplo.

De acordo com o Hospital Albert Einstein, o tratamento pode incluir medicamentos anticoagulantes, antiarrítmicos, cardioversão (choque elétrico no coração), ablação por cateter e marca-passos para detectar e tratar a condição precocemente e evitar seu ressurgimento.

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