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Saúde

Canetas para diabetes desaparecem de farmácias de São Paulo após nova regra da Anvisa

Medicação usada para controle do diabetes e emagrecimento some das prateleiras com nova exigência de receita médica a partir do dia 23

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Medicamentos para controle de diabetes estão desaparecendo das farmácias, principalmente as de bairro ou aquelas que fazem parte de pequenas redes. A busca destas canetas para emagrecimento pode estar por trás da queda dos estoques.

Nas zona oeste de São Paulo, a reportagem do SBT encontrou uma última caixa do Ozempic. Mas ela já tinha dona: uma médica havia reservado o medicamento. Já o estoque de Monjaro, outra caneta, está zerado. Da última vez que chegou ao estabelecimento, nem teve tempo de ir à prateleira.

“Antes de começar a comercializar, já tinha lista de espera com mais de 30 nomes. O que chegou saiu em seguida”, explicou Ricardo Agostinho, o dono da farmácia.

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O telefone da farmácia não para. São clientes que mandam mensagens e áudios, tentando garantir o medicamento.

Além dos recentes roubos registrados em vários estabelecimentos, uma nova mudança nas regras de venda pode estar por trás da demanda aquecida: a exigência de receita médica para venda, segundo determinação da Anvisa )Agência Nacional de Vigilância Sanitária. A regra passa a valer a partir do dia 23 deste mês.

Enquanto a medida não entra em vigor, basta chegar ao balcão, pedir e levar. A suspeita é de que pessoas estejam fazendo estoque, especialmente quem faz uso do medicamento sem prescrição médica.

Em uma farmácia na zona leste da capital paulista, uma olhada na geladeira mostra que o Ozempic acabou, o Monjaro nunca chegou e restam apenas algumas caixas de Wegovy, menos famosa, mas com o mesmo efeito.

A farmacêutica Adriana Camargo acredita que a nova determinação tem dupla consequência:

“A receita tem que ser assinada por um médico credenciado no CRM, e ela vai ter validade de 90 dias. Vai evitar a venda indiscriminada desse medicamento. Porém, para as pessoas que necessitam como apoio para o controle do diabetes, vai ser mais complicado. A cada três meses, terão que ir ao médico pegar outra receita”, explica Adriana.

Esse é o caso de Vanessa Pirolo, diagnosticada com diabetes tipo 1 desde os 19 anos. Ela usa insulina e complementa o tratamento com uma das canetas disponíveis no mercado, a Saxenda.

“Com essa medicação, eu consegui ter mais saciedade, comer menos e controlar melhor o diabetes”, conta.

Mas agora, ela vive um momento de incerteza. Ainda tem caneta, mas para, no máximo, mais um mês.

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