Saúde

Canetas emagrecedoras podem reduzir consumo de álcool, aponta pesquisa

Estudo mostra que medicação utilizada para perda de peso diminui apetite e retarda absorção do álcool, contribuindo para menor consumo

• Atualizado em

O tratamento com canetas emagrecedoras pode ter um efeito adicional: auxiliar na redução do consumo de bebidas alcoólicas, segundo pesquisa divulgada nesta quarta-feira (15) pela revista Scientific Reports.

SBT News Logo

Siga o SBT News no Google Discover e fique por dentro das últimas notícias.

Siga no Google Discover

A cabeleireira Bruna Sousa da Conceição, de 32 anos, relata resultados inesperados com o uso do medicamento. Com 1,75 m de altura e 110 kg, ela perdeu 15 quilos em menos de três meses. Mas a mudança foi além da balança.

“Eu bebia todos os finais de semana e, às vezes, até durante a semana, sozinha em casa. Às vezes estava fazendo o jantar e resolvia tomar uma dose. Acabava nem fazendo o jantar, ficava bebendo, assistindo vídeos e dançando”, contou Bruna.

As canetas emagrecedoras imitam hormônios naturais, atuando no cérebro para reduzir o apetite e retardar o esvaziamento gástrico. No pâncreas, estimulam a produção de insulina de acordo com a ingestão de carboidratos.

O desinteresse pelo álcool não é isolado. O estudo revelou que a absorção de álcool no intestino é mais lenta em pacientes que usam o medicamento, o que diminui a vontade de beber e retarda os efeitos da embriaguez.

A pesquisa acompanhou 20 pacientes que consumiram bebida alcoólica suficiente para elevar o teor de álcool no sangue. Metade utilizava as canetas emagrecedoras; a outra metade não. Os resultados mostraram que a absorção do álcool foi menor entre os usuários do tratamento.

Segundo o endocrinologista Renato Zilli, a medicação altera o funcionamento do estômago, influenciando diretamente a absorção do álcool.

"A partir deste ano, essas medicações só são vendidas com receita médica. É essencial o acompanhamento profissional, pois podem ocorrer complicações, efeitos colaterais e é necessário ajuste progressivo da dose. O médico avalia o melhor medicamento e dosagem para cada caso”, alertou.

Últimas Notícias