Câncer e fertilidade: entenda como manter vivo o sonho de ter filhos após diagnóstico
Segundo especialistas, preservar a fertilidade deve ser considerado parte do tratamento


Brazil Health
Receber um diagnóstico de câncer não significa abrir mão da maternidade ou da paternidade. É o que dizem especialistas em reprodução assistida. Segundo eles, a preservação da fertilidade deve ser discutida já no momento do diagnóstico, antes do início da quimioterapia ou da radioterapia, para ampliar as chances de sucesso no futuro.
Existem diversas opções para mulheres que desejam engravidar após descobrir a doença. O congelamento de óvulos ou embriões é a estratégia mais comum e recomendada por especialistas. Segundo um relatório da SisEmbrio (Sistema Nacional de Produção de Embriões), pertencente à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), 128 mil embriões foram congelados para fertilização em 2024. Ainda de acordo com o órgão, existem 204 centros de reprodução espalhados pelo Brasil.
Com informação, orientação médica e ação rápida, é possível superar a doença e manter vivo o sonho da maternidade ou da paternidade. Segundo especialistas, preservar a fertilidade deve ser considerado parte do tratamento.
Como engravidar após o tratamento de câncer
Após o tratamento, muitos pacientes conseguem engravidar naturalmente, porém quando isso não acontece, a reprodução assistida oferece alternativas seguras.
A fertilização in vitro com material genético é uma das opções mais eficazes. Trata-se de uma técnica de reprodução assistida onde a fecundação de óvulos e espermatozoides ocorre em laboratório, que no caso, ocorre antes da quimioterapia.
Outra técnica é o reimplante do tecido ovariano, que consiste em recolocar fragmentos de ovário congelados na pelve da paciente, no local original ou em outra área do corpo.
Para os homens, a solução mais simples é o congelamento de sêmen. O material é coletado e armazenado antes da quimioterapia, da radioterapia ou de cirurgias que possam comprometer a produção de espermatozoides.
Já para meninos, existem pesquisas experimentais com o congelamento de tecido testicular. Trata-se de uma abordagem em estudo, que deve ser debatida com os médicos antes de ser realizada.
Quando engravidar após o tratamento
O tempo ideal para engravidar varia de acordo com o tipo de câncer, os medicamentos utilizados e a saúde geral do paciente. Em média, recomenda-se aguardar ao menos um ano após a quimioterapia, mas a decisão deve sempre ser tomada em conjunto com a equipe médica.
Histórias de pacientes que preservaram óvulos, sêmen ou tecidos mostram que vencer o câncer e realizar o sonho de formar uma família é possível. Para os especialistas, a mensagem é clara: a preservação da fertilidade deve ser considerada parte do tratamento oncológico.
* Dr. Luiz Eduardo Albuquerque é especialista em reprodução assistida e diretor do centro de reprodução humana Fertivitro - CRM: 61351/SP







