Anvisa adota medida emergencial para ampliar produção de etanol farmacêutico
Resolução autoriza fabricação temporária de álcool etílico injetável, usado no tratamento de intoxicação por metanol

Victória Melo
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou nesta sexta-feira (3) a Resolução nº 994/2025, que estabelece procedimentos temporários e emergenciais para ampliar a produção de álcool etílico injetável no Brasil. O produto é utilizado como antídoto nos casos de intoxicação por metanol.
De acordo com o texto, as empresas autorizadas a fabricar o medicamento devem estar sediadas no país e cumprir requisitos sanitários previstos em lei. Os lotes produzidos terão validade máxima de 120 dias e precisam atender aos critérios técnicos de qualidade definidos pela Farmacopeia Brasileira.
Entre as exigências estão a utilização de matérias-primas adequadas para uso humano, certificação de boas práticas de fabricação e monitoramento contínuo da qualidade. As empresas também ficam responsáveis por notificar à Anvisa qualquer evento adverso grave relacionado ao uso do medicamento em até 24 horas.
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A medida foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União e terá validade inicial de 120 dias, podendo ser prorrogada. A Anvisa afirma que a decisão faz parte do esforço para enfrentar os casos de suspeita de intoxicação por metanol registrados no país nos últimos dias.
Situação nacional
O Ministério da Saúde confirma 113 casos notificados de intoxicação por metanol após ingestão de bebidas alcoólicas até esta sexta-feira (3). Segundo dados enviados pelos estados, há 11 casos confirmados e 102 em investigação. Bahia, Paraná e Mato Grosso do Sul notificaram os primeiros casos suspeitos.
Do total de notificações, 101 foram registradas em São Paulo — com 11 confirmações e 90 investigações em andamento. Pernambuco investiga 6 casos, Bahia e Distrito Federal, 2 cada, e há ainda 1 investigação no Paraná e outra em Mato Grosso do Sul.
Entre os 113 casos, 12 correspondem a óbitos: um confirmado em São Paulo e outros 11 em investigação (8 em SP, 1 em PE, 1 na BA e 1 no MS).