Publicidade
Saúde

América Latina é a região mais afetada pela demência; saiba quais fatores causam a condição no Brasil

Especialista explica por que região é o principal alvo e dá dicas de como evitar ou retardar a perda cognitiva

Imagem da noticia América Latina é a região mais afetada pela demência; saiba quais fatores causam a condição no Brasil
8,5% da população acima de 60 anos na América Latina sofre com a demência; tendência é que esse número cresça nos próximos anos | Cido Coelho/SBT News/Imagem gerada por IA
Publicidade

A América Latina já é a região mais afetada pela demência em todo o mundo: 8,5% da população acima de 60 anos do continente sofrem com essa condição, e a tendência é que esse número aumente, com o envelhecimento da população.

Mas pelo menos 50% desses diagnósticos podem ser evitados no futuro. Essas são algumas das conclusões de uma pesquisa liderada pela faculdade de medicina da USP, em parceria com oito instituições, publicada no periódico acadêmico The Lancet.

+ Todas as notícias sobre Saúde

O estudo diz, ainda, que evitar ou retardar consideravelmente o número de casos de demência só será possível com o tratamento dos fatores que levam a ela. Os pesquisadores levantaram dados de sete países: Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Honduras, México e Peru.

Mas quais são esses fatores que levam à demência?

Segundo o estudo, são: nível de educação/escolaridade, hipertensão, obesidade, sedentarismo, tabagismo, depressão, isolamento social, perda auditiva, alcoolismo, traumas no cérebro, diabetes e até poluição atmosférica. Essas causas estão presentes em proporções diferentes em cada país da região.

No Brasil, a educação e a hipertensão são os dois fatores mais prevalentes na população diagnosticada com a doença de Alzheimer e ou outras demências. E ambos são evitáveis, podendo, por tanto, bloquear ou retardar o aparecimento da condição.

''As demências são um conjunto de condições que levam o idoso a ter prejuízo cognitivo, e elas estão muito ligadas ao envelhecimento. Essas regiões vão ter muitos pacientes com demência, por causa desse envelhecimento acelerado que, por exemplo, já está acontecendo no Brasil'', disse Roni Mukamal, superintendente de medicina preventiva da MedSenior.

Dados do Ministério da Saúde apontam que o Brasil, em 2016, tinha a quinta maior população idosa do mundo, e, para 2030, a projeção é que o número de idosos ultrapassará o total de crianças entre zero e 14 anos.

+ Lipedema: o que fazer quando há acúmulo de gordura nas pernas?

Com o envelhecimento da população, a tendência é o aumento de casos de demência no continente | Cido Coelho/SBT News/Imagem gerada por IA
Com o envelhecimento da população, a tendência é o aumento de casos de demência no continente | Cido Coelho/SBT News/Imagem gerada por IA

Mas, diante dessa aceleração, como prevenir - também rapidamente - os fatores que contribuem com o aparecimento da doença de Alzheimer ou outras demências?

Para Mukamal, ''a gente tem que, realmente, criar e pensar em políticas com esse objetivo, de prevenção. Pouca gente sabe, mas outros fatores que estão associados à demência são os baixos estímulos cognitivos, ou seja, a baixa escolaridade. Então, uma das soluções seria fortalecer o ensino desde cedo, porque, assim, a gente vai ter pessoas com maior alfabetização, mantendo uma atividade cognitiva para o resto da vida. Também precisamos incentivar que os indivíduos estejam sempre estudando, o que mantém o cérebro estimulado, isso também é algo que aumenta a nossa reserva cognitiva.''

+ Exclusivo: número de atendimentos para surtos psicóticos quase dobra em cinco anos no Brasil

O estudo publicado no periódico The Lancet reuniu dados de uma amostra representativa da população de cada um desses países.

No caso do México, foram avaliadas mais de 107 mil pessoas acima de 18 anos.

Os números também são altos em relação a Honduras (89 mil), Peru (81 mil) e Argentina (29 mil). No Brasil, foram avaliados dados de 9,4 mil pessoas.

''Para além da responsabilidade do Estado, também é possível, pessoalmente, cada um fazer um pouco para diminuir o aparecimento da demência na população idosa, como por exemplo: controlar a ingestão do álcool nos familiares desta faixa etária, promover atividades em grupo , evitar o isolamento social e tratar a depressão. Tudo isso vai prevenir o aparecimento das demências e da doença de Alzheimer'', completou o especialista.
Publicidade

Últimas Notícias

Publicidade