União Brasil e PP definem saída do governo Lula, e dois ministros devem deixar seus cargos
Reunião entre cúpula das siglas definiu a saída; formato do anúncio ainda está em discussão, mas é esperado para os próximos dias

Murilo Fagundes
A cúpula dos partidos União Brasil e Progressistas selou a decisão de deixar a base do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A reunião que consolidou o desembarque ocorreu nesta terça-feira (2), mas ainda não está definido quando e de que forma será feito o anúncio oficial.
Segundo interlocutores das duas legendas, a saída é considerada “irreversível”. E o movimento atinge diretamente os ministros Celso Sabino (Turismo), do União, e André Fufuca (Esportes), do PP, que devem deixar os cargos nos próximos dias.
A dúvida, agora, está apenas no tom e no momento da comunicação, que pode ocorrer nos próximos dias.
O encontro decisivo foi entre o senador Ciro Nogueira, do Progressistas, e Antônio Rueda, presidente do União Brasil. A conversa serviu para alinhar uma saída conjunta, reforçando a aproximação entre os partidos após a fusão das siglas, e para definir que o desembarque será tratado como decisão política estratégica.
A movimentação acontece em meio ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF) e em um momento de pressão do presidente Lula sobre os aliados.
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Desafio do governo
Nos bastidores, inclusive na última reunião ministerial, Lula vinha cobrando maior fidelidade do União Brasil e do PP, especialmente em votações no Congresso e em atos públicos em que os partidos optaram por não se contrapor à oposição.
Com o desembarque, o Palácio do Planalto terá de redesenhar a Esplanada e negociar novos apoios para recompor a base.
A saída de duas pastas da Esplanada expõe um desafio adicional para Lula: Reorganizar espaços de poder de modo a preservar a governabilidade sem abrir mão da articulação com partidos que ainda se mantêm próximos ao governo.
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