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Política

Tabata: "Não tenho promessa de tarifa zero. É proposta eleitoreira dos adversários"

Em entrevista ao SBT News, a pré-candidata do PSB à Prefeitura de São Paulo diz que prefere ser honesta e se comprometer com um "transporte que funciona"

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Simone Queiroz entrevista a pré-candidata Tabata Amaral para o SBT News.
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A deputada federal Tabata Amaral (PSB), pré-candidata à Prefeitura de São Paulo, diz que zerar a tarifa para o transporte público municipal é uma "proposta irresponsável" de seus adversários na disputa de outubro. Tanto o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) como o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB), que busca a reeleição, acenaram com a perspectiva de retirar a cobrança dos bilhetes.

"Não temos promessa de tarifa zero. É uma proposta eleitoreira e irresponsável dos adversários. Quando Nunes e Boulos prometem tarifa zero, sabem que não vão conseguir. Isso custaria R$ 10 bilhões. A cidade tem R$ 13 bilhões para investir. Se colocar R$ 10 bi no transporte, não sobra quase nada para investir. E isso num sistema de transporte que tem acusações de corrupção, que está quebrado, que precisa recuperar a frota, usar inteligência... Prefiro ser honesta com as pessoas. O compromisso é fazer um transporte público que funciona, que é seguro e que passa no horário."

Segundo a deputada federal, em entrevista exclusiva ao SBT News, o trânsito na cidade está ainda mais complicado porque a frota de ônibus reduzida durante a pandemia não foi retomada. E porque Nunes não cumpriu a meta de corredores de ônibus e tem feito obras emergenciais sem licitação.

"O prefeito gastou R$ 5 bilhões em obras sem licitação, sem planejamento, com indícios de corrupção", diz, mencionando operações para tapar buraco, ajustar calçada, contratadas sem concorrência e, segundo a pré-candidata, de um mesmo grupo de empresas.

Ela também defendeu o cancelamento dos contratos com empresas de ônibus suspeitas de lavar dinheiro para o Primeiro Comando da Capital (PCC), alvos de operação recente do Ministério Público de São Paulo com apoio da Polícia Militar. Em entrevista ao SBT News, Nunes afirmou que não poderia cancelar os contratos com base em suspeitas, sem decisão judicial.

"Claro que a gente sempre vai ter que esperar o julgamento, não pode se antecipar à Justiça, mas a gente não está falando de uma mera suspeita. A população sempre ouviu buxixo de que o crime organizado tem tentáculos na administração pública. Essa foi a primeira vez que teve uma operação desse tamanho, tantos órgãos falando. Tem dinheiro, arma, droga apreendida", afirma.

Tabata defende que a prefeitura assuma a gestão do serviço, para manter o atendimento à população, e convocar novas licitações para médio e longo prazos.

Ruas esburacadas

A pré-canditata também falou de uma das principais queixas dos paulistanos: a proliferação de buracos nas ruas.

"A gente tem na cidade recorde de dinheiro para tapar buraco. Mas, ao mesmo tempo, temos recorde de denúncia de buraco. Como isso é possível? Temos um contrato que pagas as empresas por buraco tampado. Ou seja, quanto mais buraco para tampar, melhor é para a empresa. Por que a gente não muda esse contrato e muda regra? A gente precisa de uma esperteza na hora de fazer esses contratos e entender quem está ganhando com isso", afirma.

Política habitacional

A deputada federal também foi questionada sobre suas propostas para o déficit habitacional de São Paulo. Ela defendeu o uso de prédios públicos vazios e a desapropriação de prédios privados abandonados, seja com aluguel social, em que a Prefeitura paga uma parte, ou como moradia social. "São imóveis que têm dívidas tão grandes com o Estado que vão trocar o terreno pela dívida", por isso, segundo ela, não geraria custo para a Prefeitura. Outra frente importante, para Tabata, é a regularização fundiária. Uma solução, segundo ela, "mais rápida e efetiva", mas que há tempos não é adotada em São Paulo.

"Cresci na zona sul de São Paulo, numa região de manancial, perto da represa Billings. São famílias que há décadas lutam para ter o título da própria casa. A gente quer pagar imposto", diz. "Regularização também é uma forma de dignidade, de poder acessar crédito, de conseguir abrir o negócio dela, ter segurança de que vai poder deixar o imóvel para a filha. É entender que as pessoas, onde estão, podem viver com mais dignidade. É uma solução muito mais rápida e efetiva, mas que faz tempo que São Paulo não adota".
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