Silveira diz que "lobbies" venceram no Congresso, ao comentar aprovação de MP do setor elétrico
Ministro alerta para o risco de "colapso energético" caso não sejam adotadas medidas urgentes para equilibrar a geração distribuída no país

Reuters
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou nesta sexta-feira (31) que a aprovação da medida provisória (MP) 1.304 no Congresso Nacional, na véspera, representou uma vitória de "lobbies" sobre o interesse público brasileiro, ao comentar os desafios da segurança energética do país.
"O próximo desafio da segurança energética do Brasil é a gente equilibrar a geração distribuída. Eu esperava que o Congresso ontem tivesse contribuído com isso, mas infelizmente venceram os lobbies e não venceu o interesse público", disse Silveira, em referência à votação da MP que tratou de diversos temas de energia.
+ Senado aprova MP do setor elétrico, que pode evitar aumento na conta de luz
Na votação do plenário da Câmara, foi suprimido do texto o dispositivo que criava uma cobrança de R$ 20 por 100 quilowatts-hora (kWh) sobre novos projetos de geração distribuída de energia, modalidade que engloba pequenos sistemas, geralmente da fonte solar, instalados em telhados, fachadas e terrenos.
O ministro alertou para o risco de "colapso energético", caso não sejam adotadas medidas urgentes para equilibrar a geração distribuída no país, especialmente com o avanço da micro e minigeração solar.
+ Preço da gasolina sobe em outubro mesmo com redução da Petrobras
Silveira anunciou que o governo publicará ainda este ano uma portaria para viabilizar o primeiro leilão de baterias do Brasil, previsto para o primeiro trimestre de 2026.
"Sem baterias, nós vamos ao colapso energético. Vamos ter excesso de geração... dificuldade na operação do sistema, que não consegue enxergar o volume de energia distribuída que está entrando", afirmou.
O leilão buscará contratar capacidade de armazenamento para garantir maior previsibilidade e segurança ao sistema elétrico, diante da crescente participação de fontes renováveis intermitentes.
(Por Rodrigo Viga Gaier)









