Servidores aumentam pressão ao governo e insistem em aumento para 2024
Greve deve avançar antes de resposta do Executivo; ministério avalia contraproposta, mas garante reajuste apenas para o próximo biênio
Com uma resposta incerta por parte do governo, servidores públicos federais planejam aumentar a pressão contra o Executivo para insistir na negociação de um aumento salarial em 2024. Algumas categorias, como a dos funcionários do Banco Central, iniciaram paralisações. A possibilidade de greve começou a ser discutida entre servidores da Controladoria-Geral da União (CGU) e do Tesouro Nacional.
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Na avaliação de Rudinei Marques, presidente do Fórum das Carreiras de Estado (Fonacate), o movimento deve se intensificar nas próximas semanas, em ações que devem se desenrolar antes de junho - prazo estipulado pelo governo para confirmar o possível reajuste. Até o momento, o Ministério da Gestão e Inovação garante adequações para o próximo biênio - nos anos de 2025 e 2026. Além de uma recomposição de benefícios, como tíquete alimentação e creche. A possibilidade foi criticada por diferentes categorias, por não contemplar aposentados.
“Os servidores saíram indignados da última reunião com o governo para discutir a questão salarial, porque depois de 6 anos de ataques reiterados do governo Temer e Bolsonaro, todos esperavam que o governo fosse retomar a política de valorização do serviço público federal”, analisa Marques, a respeito de reunião que analisou o pedido apresentado pelo servidores na última quinta-feira (28).
O presidente do Fórum também afirma haver análise de que há recursos disponíveis para atender categorias do serviço público, e que essa é a motivação para outras ações por parte dos funcionários: “É bem verdade que tivemos o reajuste emergencial, mas o nome já diz em que circunstâncias ele veio, no ano passado. Mas chegou o momento de retomar o fortalecimento do serviço público. E aí o governo anuncia um congelamento o que revoltou as lideranças e não nos deixou opção a não ser intensificar as mobilizações”.
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Na última reunião, o secretário de Relações do Trabalho do MGI, José Lopez Feijoó, afirmou que o governo aguarda a confirmação da arrecadação extra no ano para definir se haverá reajuste salarial aos servidores públicos. A expectativa apresentada foi de que a resposta seja dada apenas em junho, o que provocou insatisfação dos servidores.
Pedido de servidores
Conforme noticiou o SBT News, servidores públicos federais ligados ao Fonacate protocolaram em janeiro uma contraproposta para reajuste salarial ao governo. O documento formalizou pedido para que o reajuste parcelado, de 9% em 2025 e 2026, sugerido pelo Executivo, seja antecipado para este ano. Servidores também propuseram outros aumentos: de duas parcelas de 7,5% no próximo biênio. O texto também pedia para que as parcelas fossem oficializadas nos meses de maio, de cada ano.
O documento rebateu uma sugestão enviada pelo governo em dezembro. À época, a pasta definiu que um aumento salarial ficaria para os anos de 2025 e 2026 e que, para este ano, os benefícios seriam voltados em aumentos nos auxílios alimentação, creche e saúde.
No caso dos benefícios, a adequação proposta foi de 51%. No caso do vale alimentação, o aumento proposto foi de passar dos R$ 658 para R$ 1 mil. A recomposição salarial, no entanto, ficou de fora, com sugestão de ser paga em duas parcelas de 4,5%, em 2025 e 2026.