Senado confirma Mauro Campbell Marques como corregedor do Conselho Nacional de Justiça
Cargo investiga reclamações e denúncias contra membros do Judiciário, como ocorrido recentemente com os juízes da operação Lava Jato
O Senado Federal aprovou, por 62 votos a um (e uma abstenção), nessa quarta-feira (19), a indicação de Mauro Luiz Campbell Marques ao cargo de corregedor do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Ele já havia sido aprovado por unanimidade na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). Assim, o também ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) pode assumir o posto em 2025, permanecendo até o fim de 2026.
Campbell Marques foi indicado em 23 de abril, quando a corte elegeu os ministros Herman Benjamin e Luis Felipe Salomão para presidente e vice, respectivamente, encerrando o mandato de Salomão à frente da corregedoria.
O que faz o Conselho Nacional de Justiça?
O CNJ é o supervisor do sistema judicial no Brasil. Ajuda a garantir que os tribunais em todo o país sigam as regras e trabalhem corretamente. As principais tarefas são fiscalizar os juízes e tribunais, promover transparência e eficiência do sistema judiciário e também ajudar na resolução de problemas e melhorias no funcionamento da Justiça.
Nesse sentido, o corregedor nacional investiga reclamações e denúncias contra membros do Judiciário, garantindo que sigam as normas éticas e profissionais estabelecidas. Recentemente, o CNJ avaliou a conduta dos juízes Gabriela Hardt e Danilo Pereira Júnior, no âmbito da Lava Jato.
Quem é Mauro Campbell Marques?
Graduado em Ciências Jurídicas pelo Centro Universitário Metodista Bennett no Rio de Janeiro e pela Escola Superior de Guerra (ESG), o magistrado atua como ministro do STJ desde 2008.
Há dois anos, é diretor da Escola Nacional de Aperfeiçoamento de Magistrados, cargo que no próximo ano será de Isabel Gallotti, também ministra do STJ. Marques ingressou no Ministério Público do Amazonas em 1987. Antes, foi advogado e assessor do Tribunal de Contas do estado.
Na relatoria da indicação, o senador Eduardo Braga (MDB-AM) destacou a atuação profissional de Mauro Campbell.
"É o único representante da Amazônia em tribunais superiores, apresenta performance muito diferenciada, que recomenda um novo paradigma e um novo desafio para a Justiça brasileira. Por ser da Amazônia e conhecer nossas dificuldades, tem a consciência da necessidade da presença do magistrado nas comarcas do interior", afirmou o congressista, também da região amazonense.