"Se depender de mim e do governador Tarcísio, é zero a possibilidade da Enel se manter aqui", afirma Nunes
Em entrevista ao SBT News, prefeito de São Paulo critica penas que considera desproporcionais aos condenados pelos atos do oito de janeiro


Vicklin Moraes
SBT News
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, afirmou nesta quarta-feira (17) que não existe qualquer possibilidade de a Enel permanecer como concessionária de energia na capital paulista. Segundo ele, há alinhamento total com o governador Tarcísio de Freitas para que o contrato seja rompido.
“Se depender de mim e do governador Tarcísio, é zero, zero a possibilidade da Enel se manter aqui. Vamos fiscalizar e acompanhar de perto. Não aceitaremos nenhum tipo de acordo que mude o que foi combinado, porque isso vai contra o interesse da população de São Paulo”, declarou Nunes.
Na terça-feira (16), o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, o governador Tarcísio de Freitas e o prefeito Ricardo Nunes anunciaram que o governo federal vai iniciar o processo de caducidade do contrato da Enel em São Paulo. A medida pode resultar no rompimento definitivo da concessão da distribuidora na Grande São Paulo, após sucessivos apagões e falhas no fornecimento de energia.
Ainda segundo o Nunes, durante a reunião, o ministro de Minas e Energia afirmou que ele era a favor de uma intervenção na Enel, mas a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) não aceitava fazer intervenção.
PL da Dosimetria
O prefeito também comentou a tramitação do chamado PL da Dosimetria, que reduz penas de condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Nunes afirmou ser favorável à revisão de punições que considera excessivas, mas ponderou que a mudança não pode ser generalizada.
“Sou favorável à revisão de penas que foram absolutamente exageradas. O caso daquela mulher que passou batom em uma estátua e recebeu 17 anos de prisão foge de qualquer razoabilidade. Agora, não se pode aprovar um projeto para diminuir a pena de todos indiscriminadamente”, disse.
Nesta quarta-feira (17), a Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou o PL da Dosimetria por 17 votos a 7. O texto, já aprovado pela Câmara, segue para votação no plenário do Senado. A proposta cria mecanismos para acelerar a progressão de regime de condenados por crimes contra o Estado Democrático de Direito, permitindo a mudança para regimes mais brandos após o cumprimento de 16% da pena.









