Sem citar Moraes, Bolsonaro elogia "coragem" de Musk para expor "liberdade que já perdemos"
Ex-presidente disse que Lula é "presidente sem povo" e voltou a refutar acusações de tentar golpe em ato em Copacabana neste domingo (21)
SBT News
Durante ato na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, neste domingo (21), o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL) fez um discurso de pouco mais de 30 minutos em que voltou a refutar acusações de ter construído uma "minuta de golpe" para subverter o resultado das eleições de 2022 e criticou decisão do Supremo Tribunal Eleitoral que o tornou inelegível por oito anos. Sem citar diretamente Alexandre de Moraes, Bolsonaro elogiou "a coragem" do bilionário Elon Musk, que vem criticando as decisões do ministro do Supremo Tribunal Federal.
Bolsonaro também retomou inúmeras vezes o episódio da facada em Juiz de Fora (MG). Disse, sem dar detalhes, que os opositores querem “concluir” o trabalho. "Se algo ruim acontecer comigo, continuem", afirmou.
Em evento que custou R$ 125 mil reais, segundo o organizador, o pastor Silas Malafaia, Bolsonaro iniciou sua fala agradecendo a Deus pela “segunda vida”. Afirmou que é alvo de perseguição por ter escolhido "o lado mais difícil" da política que, segundo ele, não é do “poder”, dos “engravatados”, mas o do povo.
"Só podem fazer uma maldade comigo na covardia [...] o sistema quer concluir o trabalho de Juiz de Fora [...] o outro lado não tem ninguém, o projeto deles é o projeto de poder", afirmou Jair Bolsonaro.
Então candidato à Presidência pelo PSL, em 2018, Bolsonaro, foi atingido por um golpe de faca enquanto cumpria agenda em Juiz de Fora (MG). O autor, Adelio Bispo de Oliveira, foi preso e confessou o crime. Desde então, Jair precisou fazer uma série de cirurgias abdominais.
O ex-presidente também disse que foi chamado de "mito" em evento com Elon Musk, mas disse que o bilionário é um “mito da liberdade”. "Com liberdade de expressão, um telefone desses [disse levantando o aparelho] e um filho ao meu lado como marqueteiro nós chegamos à Presidência da República", afirmou.
Para Bolsonaro, o objetivo do atual dono da plataforma X (antigo Twitter) “é fazer com que o mundo todo seja livre" e preservar “a liberdade de todos nós". O ex-presidente não citou diretamente Alexandre de Moraes, mas disse que Musk teve a "coragem" de expor "o quanto de liberdade já perdemos".
Eleições de 2022 e inelegibilidade
Jair Bolsonaro afirmou que não estava “duvidando das eleições” e que não falaria de fraude: "vamos considerar 2022 uma página virada". Mas criticou a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que o deixou inelegível.
Para ele, a Corte Eleitoral acatou mais reclamações da esquerda do que as apresentadas pelo seu partido, que questionava a segurança das urnas eletrônicas.
Outros tópicos abordados por Bolsonaro
- Lula – O atual presidente foi chamado por Bolsonaro de "o maior ladrão da história do Brasil". Ele afirmou que o atual presidente é um “fã de ditaduras”, como as de Cuba e da Venezuela, e disse que o petista não tem o “povo ao seu lado”;
- Ministros do governo Lula – Bolsonaro também criticou os titulares do Ministério do atual governo. "Quando muda o governo, o que se espera? Um time melhor". Ele fez inúmeras comparações de nomes de seu governo com os da gestão atual. "Olha o perfil de Paulo Guedes, compare com [Fernando] Haddad", ponderando que a gestão Guedes na Fazenda foi uma “passagem difícil, mas responsável” nos anos de pandemia. Disse que novos nomes do Executivo não possuem qualificação moral ou técnica. "Quem é o ministro de Infraestrutura? Ninguém sabe".
- Tentativa de Golpe – Segundo o ex-presidente, "ninguém tentou tomar o poder por meio de armas". E disse que minuta encontrada em investigações tratava de uma proposta de estado de sítio, que deveria ainda ser apreciada pelo Congresso.