Prisão preventiva de Bolsonaro repercute em Brasília e divide políticos; veja posicionamentos
Aliados do ex-presidente classificaram decisão como “insensível”. Já opositores legitimaram a medida, argumentado que prisão ocorre em cumprimento à lei
SBT Brasil
A prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro provocou reações imediatas de governadores e figuras políticas de diferentes espectros.
Enquanto aliados classificaram a decisão como “insensível” e “irresponsável”, opositores celebraram o que chamaram de um passo necessário para a defesa da democracia.
Opositores de Bolsonaro
José Dirceu, ex-ministro e nome histórico do Partido dos Trabalhadores (PT)
Entre os que apoiaram a determinação do ministro Alexandre de Moraes está José Dirceu, afirmou que a prisão representa “um recomeço para o Brasil, prendendo o chefe da tentativa de golpe”.
Gleisi Hoffmann, presidente do PT
A presidente do PT e ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, também endossou a decisão. Segundo ela, o despacho seguiu “rigorosamente a lei” e se baseia em riscos concretos de fuga e em um antecedente marcado por “violentas tentativas de coação à Justiça”.
Fátima Bezerra, governadora do Rio Grande do Norte (PT)
A governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, defendeu que Bolsonaro seguia “atuando politicamente, estimulando manifestações de caráter intimidatório”, mesmo em prisão domiciliar.
Jerônimo Rodrigues, governador da Bahia (PT)
Jerônimo adotou tom cauteloso, afirmando que este “não é um momento de comemorar”, mas de lembrar que a democracia exige compromisso “com a verdade, com a lei e com o país”.
Lindbergh Farias, deputado federal e líder do PT na Câmara
Para o deputado Lindbergh Farias, a análise preliminar indica que o equipamento não apresentou falha técnica. “Trata-se de um método incompatível com qualquer falha acidental, pois houve intervenção direta, com uso de ferramenta capaz de romper o polímero resistente da tornozeleira.
A perícia já avalia o dano, e os indícios apontam para ação dolosa com a finalidade de comprometer o monitoramento e permitir a fuga”, afirmou.
Aliados de Bolsonaro
Do outro lado, governadores aliados ao ex-presidente reagiram com indignação.
Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo (Republicanos)
Tarcísio de Freitas, chamou a decisão de “irresponsável” e “um atentado ao princípio da dignidade humana”, citando o estado de saúde de Bolsonaro. Ele afirmou ainda que vai “lutar para que a medida seja reparada”.
Ratinho Junior, governador do Paraná (PSD)
Ratinho Júnior, expressou preocupação com a saúde do ex-presidente, classificando a prisão como “insensível”.
Ronaldo Caiado, governador de Goiás (UB)
Em Goiás, Ronaldo Caiado pediu a revisão imediata da decisão. Segundo ele, “não é razoável acreditar que alguém com a saúde tão debilitada, que necessita de cuidados médicos permanentes e é monitorado pela Polícia Federal, teria condições de levar a cabo um plano de fuga”.
Prisão
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi preso neste sábado (22) pela Polícia Federal. A ordem de prisão foi expedida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
A prisão é preventiva, o que significa que ainda não representa o início do cumprimento da pena do ex-presidente, que foi condenado pelo STF a 27 anos e 3 meses de detenção por tentativa de golpe de Estado.
Ele cumpria prisão domiciliar desde 4 de agosto e usava tornozeleira eletrônica, mas por outro caso: o inquérito no qual o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, é investigado por sua atuação junto ao governo dos Estados Unidos para promover sanções a autoridades brasileiras.









