Quando Bolsonaro pede anistia, ele prova que é culpado, diz Lula
Chefe do Executivo afirma que ex-presidente desistiu de plano de assassinar opositores por medo ou "diarreia"
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Vinícius Nunes
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (20) que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deveria tentar provar inocência antes de pedir anistia.
Segundo o chefe do Executivo, ao pedir anistia, Bolsonaro prova que é culpado pela tentativa frustrada de golpe de Estado em 2022. Deu a declaração em entrevista à rádio Tupi FM, do Rio de Janeiro.
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"Quando o ex-presidente fica pedindo anistia, ele está provando que ele é culpado. Ele está provando que cometeu o crime. Ele deveria estar falando, 'eu vou provar minha inocência'", disse o presidente.
Bolsonaro foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) na noite de terça (18) por crimes de tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito e de golpe de Estado, de dano qualificado pela violência e grave ameaça contra patrimônio da União, deterioração de patrimônio tombado e participação em uma organização criminosa.
Ao comentar atentados planejados contra ele, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, Lula sugeriu que os planos só não deram certo porque Bolsonaro teve "diarreia, medo e teve que voar aos Estados Unidos pra não ficar com vergonha de dar a posse para o adversário".
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Sobre a denúncia, Lula declarou que, se for provado que Bolsonaro realmente conspirou contra o Estado e contra a vida dos três, ele deverá ser preso. "Eu tenho certeza que se for provado ele só tem uma saída: ser preso", afirmou.
Lula também criticou a ideia de Bolsonaro em indicar a mulher, a ex-primeira-dama Michelle, para concorrer à presidência em 2026. O petista afirmou que o ex-presidente age como se o Brasil fosse uma monarquia e reforçou que no país há eleições democráticas.