PT reconhece vitória de Maduro e pede diálogo com oposição para "superar graves problemas" na Venezuela
Reeleição é contestada por oposição; por meio do Ministério das Relações Exteriores, governo brasileiro adotou cautela; Lula ainda não se manifestou
O Partido dos Trabalhadores (PT), do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, reconheceu vitória de Nicolás Maduro na eleição da Venezuela, no último domingo (28).
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Dados do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) apontaram que Maduro conseguiu reeleição com 52,1% dos votos, contra 44% de Edmundo González Urrutia. Já a oposição afirmou que principal adversário do presidente ganhou com 70%.
Em nota, a Executiva Nacional do PT chamou processo de "jornada pacífica, democrática e soberana" e pediu que presidente reeleito "continue o diálogo com a oposição, no sentido de superar os graves problemas da Venezuela, em grande medida causados por sanções ilegais". A deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR) é a presidente nacional do partido.
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Enquanto isso, governo federal brasileiro adotou cautela e Lula ainda não se manifestou oficialmente (leia mais abaixo).
Veja a nota do PT reconhecendo reeleição de Maduro:
"O PT saúda o povo venezuelano pelo processo eleitoral ocorrido no domingo, dia 28 de julho de 2024, em uma jornada pacífica, democrática e soberana. Temos a certeza de que o Conselho Nacional Eleitoral, que apontou a vitória do presidente Nicolas Maduro, dará tratamento respeitoso para todos os recursos que receba, nos prazos e nos termos previstos na Constituição da República Bolivariana da Venezuela. Importante que o presidente Nicolas Maduro, agora reeleito, continue o diálogo com a oposição, no sentido de superar os graves problemas da Venezuela, em grande medida causados por sanções ilegais. O PT seguirá vigilante para contribuir, na medida de suas forças, para que os problemas da América Latina e Caribe sejam tratados pelos povos da nossa região, sem nenhum tipo de violência e ingerência externa."
Governo adota cautela; Lula silencia
Em nota, o governo, por meio do Ministério das Relações Exteriores, evitou reconhecer ou contestar a vitória de Maduro na Venezuela. Nessa segunda (29), em nota, elogiou "caráter pacífico da jornada eleitoral" e disse acompanhar "com atenção o processo de apuração"
"Reafirma ainda o princípio fundamental da soberania popular, a ser observado por meio da verificação imparcial dos resultados. Aguarda, nesse contexto, a publicação pelo Conselho Nacional Eleitoral de dados desagregados por mesa de votação, passo indispensável para a transparência, credibilidade e legitimidade do resultado do pleito", afirmou o Itamaraty.
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O ex-chanceler Celso Amorim, atualmente assessor especial de Lula para assuntos internacionais, teve reuniões ontem com as campanhas de Maduro e Urrutia.
Já Lula, historicamente próximo do venezuelano, mas com recentes embates públicos com Maduro, ainda não se manifestou oficialmente.