PT reconhece vitória de Maduro e pede diálogo com oposição para "superar graves problemas" na Venezuela
Reeleição é contestada por oposição; por meio do Ministério das Relações Exteriores, governo brasileiro adotou cautela; Lula ainda não se manifestou

Felipe Moraes
O Partido dos Trabalhadores (PT), do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, reconheceu vitória de Nicolás Maduro na eleição da Venezuela, no último domingo (28).
Dados do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) apontaram que Maduro conseguiu reeleição com 52,1% dos votos, contra 44% de Edmundo González Urrutia. Já a oposição afirmou que principal adversário do presidente ganhou com 70%.
Em nota, a Executiva Nacional do PT chamou processo de "jornada pacífica, democrática e soberana" e pediu que presidente reeleito "continue o diálogo com a oposição, no sentido de superar os graves problemas da Venezuela, em grande medida causados por sanções ilegais". A deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR) é a presidente nacional do partido.
Enquanto isso, governo federal brasileiro adotou cautela e Lula ainda não se manifestou oficialmente (leia mais abaixo).
Veja a nota do PT reconhecendo reeleição de Maduro:
"O PT saúda o povo venezuelano pelo processo eleitoral ocorrido no domingo, dia 28 de julho de 2024, em uma jornada pacífica, democrática e soberana. Temos a certeza de que o Conselho Nacional Eleitoral, que apontou a vitória do presidente Nicolas Maduro, dará tratamento respeitoso para todos os recursos que receba, nos prazos e nos termos previstos na Constituição da República Bolivariana da Venezuela. Importante que o presidente Nicolas Maduro, agora reeleito, continue o diálogo com a oposição, no sentido de superar os graves problemas da Venezuela, em grande medida causados por sanções ilegais. O PT seguirá vigilante para contribuir, na medida de suas forças, para que os problemas da América Latina e Caribe sejam tratados pelos povos da nossa região, sem nenhum tipo de violência e ingerência externa."
Governo adota cautela; Lula silencia
Em nota, o governo, por meio do Ministério das Relações Exteriores, evitou reconhecer ou contestar a vitória de Maduro na Venezuela. Nessa segunda (29), em nota, elogiou "caráter pacífico da jornada eleitoral" e disse acompanhar "com atenção o processo de apuração"
"Reafirma ainda o princípio fundamental da soberania popular, a ser observado por meio da verificação imparcial dos resultados. Aguarda, nesse contexto, a publicação pelo Conselho Nacional Eleitoral de dados desagregados por mesa de votação, passo indispensável para a transparência, credibilidade e legitimidade do resultado do pleito", afirmou o Itamaraty.
O ex-chanceler Celso Amorim, atualmente assessor especial de Lula para assuntos internacionais, teve reuniões ontem com as campanhas de Maduro e Urrutia.
Já Lula, historicamente próximo do venezuelano, mas com recentes embates públicos com Maduro, ainda não se manifestou oficialmente.









