Política

Planilha com nome de senador foi encontrada em celular de investigados

Weverton Rocha (PDT-MA) teve a prisão preventiva negada pelo ministro André Mendonça

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Senador Weverton Rocha (PDT-MA) | Divulgação/Roque de Sá/Agência Senado
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O senador Weverton Rocha (PDT-MA) foi alvo de buscas nesta quinta-feira (18) após a Polícia Federal encontrar no celular de investigados uma planilha intitulada “grupo senador Weverton”.

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O documento estava numa troca de mensagens entre Alexandre Caetano e Rubens Oliveira Costa, ambos funcionários de Antônio Carlos Camilo Antunes —conhecido como “Careca do INSS”.

A decisão do ministro André Mendonça, que autorizou a operação desta quinta, não detalha o conteúdo da planilha. Os investigadores afirmam que assessores de Weverton receberam recursos oriundos das fraudes no INSS.

Segundo a Polícia Federal, a planilha se soma a outros indícios de que o senador atuava como líder político da organização criminosa e se beneficiava dos “valores ilícitos provenientes dos descontos associativos fraudulentos”.

“O Senador Weverton teria, segundo a peça de representação da Polícia Federal, atuado: como beneficiário final (“sócio oculto”) de operações financeiras estruturadas pela organização criminosa, recebendo recursos ou benefícios por meio de interpostas pessoas, alguns seus assessores parlamentares”, diz o ministro André Mendonça, em decisão que autorizou a operação contra o parlamentar.

A Polícia Federal levanta outros indícios de que Weverton integrava a organização criminosa liderada pelo Careca do INSS. Uma das provas é uma foto tirada pelo senador a caminho de uma aeronave privada PT-LPL —jatinho comprado por Antônio Camilo com outras duas pessoas.

A investigação também aponta que o senador indicou integrantes da organização criminosa para cargos-chave na administração pública.

Surpresa e serenidade

Em nota, o senador Weverton Rocha disse que “recebeu com surpresa a busca na sua residência, com serenidade se coloca à disposição para esclarecer quaisquer dúvidas assim que tiver acesso integral a decisão”.

Como revelado pela colunista Raquel Landim, a Polícia Federal pediu a prisão do senador Weverton Rocha pela suspeita de recebimento de recursos das fraudes do INSS. A PGR (Procuradoria-Geral da República) foi contra a prisão, e Mendonça decidiu negar o pedido.

Segundo a PGR, a investigação ainda não demonstrou vínculo direto entre o parlamentar e o recebimento de valores ilícitos. “O simples fato de ex-assessores terem sido destinatários de valores não autoriza, automaticamente, a extensão de responsabilidade ao titular do mandato sem base fática robusta que o vincule”, disse.

O procurador-geral Paulo Gonet afirmou ao Supremo haver mais dúvidas do que certezas sobre a suposta participação de Weverton Rocha nas fraudes.

“A própria narrativa policial oscila: ora atribui ao senador posição de liderança e comando sobre o esquema; ora relativiza essa premissa, admitindo cuidar-se apenas de influência e inserção em níveis superiores sem atribuição de direção máxima”, completou.

André Mendonça concordou com as ponderações feitas pela PGR e destacou que a prisão de parlamentar produz “efeitos drásticos em uma República”. Não poderia, portanto, ser decretada sem a plena convicção da culpa.

“Tais circunstâncias tornam desaconselhável, por ora, a decretação da prisão preventiva do senador Weverton Rocha Marques de Souza.”

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