PGR defende que STF mantenha preso ex-assessor de Bolsonaro
Defesa de Marcelo Costa Câmara pediu a liberdade dele. O coronel é acusado de tentar descobrir detalhes da delação de Mauro Cid

Soane Guerreiro
O Procurador-Geral da República, Paulo Gonet, encaminhou ao Supremo Tribunal Federal manifestação favorável à continuidade da prisão do coronel Marcelo Câmara, que integra o Núcleo 2 da denúncia da PGR sobre a tentativa de golpe de Estado. Gonet se posicionou após a defesa de Câmara pedir a liberdade do cliente, alegando ter apresentado novas evidências ao STF. O PGR defende que a medida se mantém necessária considerando um risco concreto à aplicação da lei penal e também diante da gravidade dos delitos.
No mês passado, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a prisão preventiva do ex-assessor da Presidência da República, Marcelo Costa Câmara, réu na Ação Penal (AP) 2693, que apura a participação de agentes públicos na tentativa de golpe de Estado entre 2022 e 2023.
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Segundo o ministro Moraes, relator das ações que tratam da tentativa de golpe, Marcelo Câmara tentou acessar informações sigilosas sobre a colaboração premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência da República. De acordo com as investigações, os advogados de Câmara teriam tentado descobrir detalhes do acordo, o que Moraes avaliou como uma possível tentativa de obstrução da investigação.
O núcleo 2, formado por mais cinco réus, é acusado de elaborar a chamada "minuta do golpe", monitorar Moraes e articular ações para dificultar o voto de eleitores do Nordeste nas eleições de 2022.
Os réus respondem pelos crimes de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, participação em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.