Adolescente diz a PM que prefere ir à Fundação Casa do que continuar sendo espancada por namorado traficante
Conhecido como Bahia, o suspeito se entregou aos policiais; agentes apreenderam drogas, anotações e celulares na zona norte de São Paulo

Derick Toda
Maconha, pinos de cocaína, anotações do tráfico, celulares, balança de precisão, dinheiro vivo e até peças de moto. Em meio à grande apreensão feita pela Polícia Militar, a vida de uma adolescente de 17 anos foi salva. Ela era espancada com frequência e mantida refém pelo próprio companheiro, que atuava como gerente de um ponto de drogas, no Jardim Peri, zona norte de São Paulo.
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Segundo Erica, soldado da Polícia Militar, a jovem contou à equipe que preferia assumir a responsabilidade do namorado e, por consequência, ser apreendida, ao invés de continuar sendo espancada por ele “só para sair fora da situação”. A adolescente, que não quis gravar entrevista e que terá a identidade preservada, contou à reportagem que o homem descontava nelas os “problemas” no tráfico.
A jovem que não conheceu o pai, que fugiu para o norte do. Brasil quando ela nasceu, e teve o padrasto morto recentemente em uma troca de tiros, contou aos PMs que não sabia com quem estava se relacionando. “Ela disse que, a princípio, ele não tinha esse comportamento e que não tinha conhecimento de que era do partido (PCC). Estava na casa alugada há cerca de uma semana”, relatou a policial.
Os PMs receberam uma denúncia anônima e foram até duas casas no Jardim Peri, na zona norte da capital. A operação tinha como alvo dois criminosos com o mesmo apelido, conhecidos no mundo do crime como “Bahia”. O namorado da jovem, um dos suspeitos, conseguiu fugir antes da chegada dos militares. O comparsa dele foi detido.
“Quando a gente entrou para fazer a averiguação, foi encontrada toda a droga e a arma”, contou a PM.
O caso foi registrado na delegacia da região. O homem preso já tinha passagens pela polícia e havia sido detido há cerca de 15 dias, mas foi liberado em audiência de custódia.
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Para os policiais que atuam diariamente no combate ao crime organizado, a adolescente, mesmo apreendida, foi a heroína da própria vida.
“Muitas se encontram no lugar dela e não têm essa coragem. Ela foi muito corajosa”, destacou uma das PMs.









