Passageiros de jatinho com Toffoli dizem que dormiram na volta para Brasil e não falaram de Banco Master
Mesmo com ministro já escolhido relator do caso Master dentro do avião, opção foi dormir depois de assistirem derrota do Palmeiras no jogo, dizem passageiros


Basília Rodrigues
Para explicar que não conversaram com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli sobre o caso do Banco Master, passageiros do jatinho com destino a final da Libertadores, no Peru, dizem que na ida, Toffoli ainda não era relator do processo e, na volta, já com Toffoli sorteado para relatoria, o assunto não teria sido tratado porque dormiram.
Havia cerca de 15 pessoas no jatinho, entre advogados, empresários e familiares. Todos torcedores do Palmeiras, que havia perdido o jogo para o Flamengo. Abalados com a derrota, passageiros do jatinho afirmam que a opção foi dormir.
Dias depois, motivado por um pedido apresentado pelo dono do banco, Daniel Vorcaro, Toffoli decidiu decretar sigilo sobre a investigação do Master.
A situação, mesmo com várias explicações dos protagonistas da história, trouxe exposição negativa para o STF e colocou holofotes sobre a conduta de integrantes da corte, em situações de informalidade, como em encontros e viagens.
A notícia de que o ministro Dias Toffoli viajou em jatinho com o advogado Augusto Botelho, que defende o diretor de compliance do Banco Master Luiz Antônio Bull, investigado por fraude no sistema financeiro, foi publicada pelo jornal O Globo e confirmada pelo SBT News.
O episódio ganhou ainda mais repercussão porque coincidiu com uma determinação do presidente da corte, Edson Fachin, de discutir um código de ética para os ministros. Uma forma de proteger o tribunal de críticas quanto a sua imparcialidade. Ao contrário do restante do judiciário que tem questões disciplinares orientadas pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), no caso do STF é o próprio tribunal que define o código de conduta de seus integrantes.








