Parece haver "sacerdoteofobia" no Brasil, diz presidente da bancada da Bíblia
Deputado Eli Borges concedeu entrevista ao SBT News e falou sobre temas como a relação com governo e ato de Bolsonaro na Paulista
O presidente da Frente Parlamentar Evangélica do Congresso Nacional (FPE), deputado Eli Borges (PL-SP), comentou nesta terça-feira (5), em entrevista ao programa Poder Expresso, do SBT News, a relação do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com os evangélicos e disse que parece haver no Brasil o que chamou de "sacerdoteofobia" (fobia ou aversão a sacerdotes).
"O Governo Federal é interessante. Ele diz que quer dialogar com os evangélicos, mas de repente começa a criar uma série de problemas nesse relacionamento", criticou Eli, ao ser questionado sobre como vê decisão da Receita Federal que suspendeu isenção fiscal a líderes religiosos e se a medida dificulta a relação.
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A suspensão, de acordo com ele, é um dos problemas criados. "Nós somos mais de 200 mil ministros no país, e quando você fala da prebenda, não significa que aquilo é um dinheiro de salário, como não é dinheiro de salário algumas verbas que ministros recebem, que juízes recebem e que muitos segmentos da sociedade recebem", acrescentou o representante da bancada da Bíblia.
Prebenda são valores pagos a pastores pelo tempo que dedicam à igreja. Com a decisão da Receita, publicada no Diário Oficial da União (DOU) no início do ano, os valores passam a ser considerados remuneração e tributos como o da previdência começam a incidir sobre eles.
"Não reconhecer o que significa prebenda, ou seja, uma ajuda de custos para que ele desenvolva o seu trabalho, é uma ação de governo que me parece termos um termo no Brasil que eu considero ruim, que eu chamo de "sacerdoteofobia", pontuou Eli.
"Porque o Brasil fala das fobias, e eu acho que no Brasil está muito forte 'igrejofobia', bibliofobia, e agora nós temos outro problema".
Imunidade tributária
Ainda na entrevista, Eli Borges defendeu a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que amplia a imunidade tributária para templos de qualquer culto, aprovada em comissão especial na semana passada.
"Ela visa alcançar de maneira mais forte ou de valorizar de maneira mais consistente a importância da igreja no contexto social brasileiro", afirmou.
Ainda de acordo com o presidente da FPE, "a Constituição Federal já garante essa imunidade, só que de maneira muito resumida, criando uma série de dúvidas com relação à aplicação daquilo que está na Constituição". A proposta, acrescentou, "vem para clarear os termos desta imunidade e também ampliar o alcance na medida que e instituições ligadas à igreja também seriam contempladas".
Segundo Eli Borges, há clima para aprovação da PEC no plenário da Câmara.
Ato de Bolsonaro
O deputado é filiado ao Partido Liberal (PL), sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro. Eli disse que não conseguiu participar do ato de Bolsonaro realizado na Avenida Paulista, em São Paulo, em 25 de fevereiro, por causa de outro compromisso e "por uma questão de locomoção". Entretanto, ressaltou que, se tiver outro movimento similar, deve comparecer.
"Acredito que se houver outro movimento, eu estarei presente, sim. Eu tenho que lutar pelo meu Brasil e acho que nós estamos vivendo um momento que eu considero muito delicado, muito perigoso, porque as instituições estão interferindo muito uma na outra", declarou.
Para Eli Borges, há uma "crise institucional muito séria, muito difícil" no país. "E a frente cumpre o seu papel de estar no meio disso tentando dar o tom do equilíbrio na nossa visão cristocêntrica, na nossa visão bíblica das coisas", acrescentou.
Confira a íntegra da entrevista: