Presidente da bancada da bala vê sucesso em ato de Bolsonaro, mas critica discurso de Silas Malafaia
O deputado federal Alberto Fraga (PL-DF) concedeu entrevista exclusiva ao SBT News; ele falou também sobre as eleições de 2026 e a fuga de presos em Mossoró (RN), entre outros temas
O deputado federal Alberto Fraga (PL-DF), presidente da Frente Parlamentar da Segurança Pública — a bancada da bala — disse nesta terça-feira (27), em entrevista ao programa Poder Expresso, do SBT News, que o ato em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) realizado na Avenida Paulista, em São Paulo, no domingo (25), foi "um sucesso". Porém, ele criticou o discurso feito na ocasião pelo pastor Silas Malafaia, organizador da manifestação.
+ Líder do governo vai enviar ao Planalto nomes da base que apoiam impeachment de Lula
Em sua fala, o líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo atacou o Supremo Tribunal Federal (STF), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o ministro Alexandre de Moraes.
"O próprio Bolsonaro tinha pedido para os políticos que fossem falar para não usar agressões, não agredir o Supremo, não citar nomes. Isso foi acertado. Não levar faixas agressivas, 'fora, STF', essas coisas, isso tudo foi acertado. Como realmente não teve nenhuma faixa", pontuou Fraga, na entrevista.
Dessa forma, segundo ele, "todos os discursos dos políticos foram dentro daquela normalidade". O único que "subiu o tom realmente", ressalta, foi o de Silas Malafaia.
+ Defesa de Bolsonaro nega que ex-presidente tenha confirmado existência da "minuta do golpe"
"O discurso dele foi um discurso duro. E eu até quero dizer que eu faço um discurso muito mais contundente do que o que ele fez, na tribuna da Câmara. Mas o local lá é que estava todo mundo esperando que não houvesse esse tipo de discurso", acrescentou.
Para ele, o discurso de Bolsonaro — em que o ex-presidente se defendeu de acusações e relativizou "minuta do golpe" — foi "muito mais apaziguador". "Falando de passar uma borracha, e ele pediu a anistia daqueles presos do 8 de janeiro, que a gente sabe que houve alguns excessos".
Quem depredou algum dos Poderes em 8 de janeiro de 2023, afirmou Fraga, "tem que pagar pelo crime". "Mas um vendedor ambulante, uma senhorinha com a bíblia na mão, pegar 17 anos de prisão, isso realmente passou dos limites e o Congresso precisa se debruçar para fazer um projeto para anistiar esses presos", complementou.
Eleições de 2026
Outro assunto comentado por Alberto Fraga na entrevista foi as eleições de 2026. Questionado sobre quem, em sua visão, sai na frente em relação ao apoio de Bolsonaro para disputar a Presidência da República, já que o ex-presidente está inelegível, o presidente da bancada da bala citou o atual governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União).
"Tem muita gente conversando. Eu acho que hoje o candidato mais consistente à Presidência da República é o Ronaldo Caiado", pontuou.
Ele acredita que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), não queira disputar a eleição presidencial em 2026. "Ele quer a reeleição de São Paulo. Eu acho que todo mundo que é governador de São Paulo quer uma reeleição, porque ali é uma potência, é um outro Brasil".
Fuga de penitenciária
Sobre a fuga de dois presos da Penitenciária Federal de Mossoró (RN), Fraga defendeu que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, seja convidado pela Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, da Câmara, para explicar o ocorrido.
"Com certeza essa fuga ou tem cúmplice, ou tem omissão, ou tem propina", afirmou.
Para Fraga, nesse primeiro momento, não há necessidade de uma convocação de Lewandowski pela comissão, da qual o presidente da bancada da bala é o atual primeiro vice-presidente.
"Vamos convidá-lo para ele ir na Comissão e dar uma explicação. Agora, se ele não quiser atender ao convite, aí poderá surgir a convocação realmente. Mas [a fuga] é muito grave, é uma desmoralização do sistema prisional federal. É inadmissível uma fuga de um presídio federal".
Confira a íntegra da entrevista: