Pacheco evita comentar indicação ao STF e diz que decidirá “muito brevemente” sobre candidatura ao governo de MG
Senador defende reorganização do campo democrático mineiro e pede cautela até decisão de Lula sobre vaga no STF


Rafael Porfírio
O senador, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), adotou tom cauteloso ao comentar nesta quarta-feira (23) sobre a indicação que será feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a vaga deixada no Supremo Tribunal Federal (STF) com a aposentadoria do ministro Luís Roberto Barroso. Pacheco preferiu não se posicionar.
“É muito importante que se aguarde a decisão do presidente. Fica muito difícil comentar a respeito disso. É uma prerrogativa do presidente a indicação e um papel do Senado na avaliação”, afirmou o senador, acrescentando que “não há que se precipitar nenhuma especulação”.
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Pacheco sabe que o Senado tem papel decisivo na sabatina do futuro ministro, e qualquer sinal de preferência pode criar ruído político com o Planalto ou dentro da própria Casa. O mineiro, que mantém boa interlocução com Lula e com a oposição, tem apostado na neutralidade como ativo político. Aos jornalistas, Pacheco fez questão de citar a parceria com presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e aliado importante em votações estratégicas.
“Nos quatro anos em que estive na presidência, pude contar com o apoio irrestrito dele. Tivemos sempre uma relação muito efetiva em favor dos temas nacionais.”
Durante a entrevista, Pacheco também comentou a possibilidade de concorrer ao governo de Minas Gerais (MG) nas eleições de 2026. Ele disse que ainda não tomou uma decisão, mas destacou que “muito brevemente” vai discutir e decidir o assunto.
“Quando terminei a presidência do Senado, a minha tendência era muito forte de fechar meu ciclo na vida pública. Mas, ao longo do ano, adiamos um pouco essa decisão para discutir as questões de Minas”, disse. “Os temas de Minas sempre estiveram muito presentes. É natural que haja especulações sobre candidatura.”
A fala de Pacheco veio um dia depois de o PSD confirmar a filiação do vice-governador de Minas, Mateus Simões, que deixou o partido Novo. Com essa mudança, o PSD deve apostar em Simões como candidato ao governo do estado em 2026, o que na prática diminui as chances de Pacheco entrar na disputa. O senador não comentou a decisão do partido e nem disse se conversa com outras legendas sobre o futuro político.
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Nos bastidores, aliados avaliam que Pacheco quer testar a temperatura política do estado antes de se comprometer com uma candidatura. Aos jornalistas, o senador reforçou o discurso de que Minas Gerais precisa “retomar o protagonismo nacional” e defendeu a reorganização do campo democrático, em crítica indireta à fragmentação política local.
“É preciso melhorar Minas, retomar um papel de protagonismo nacional, de grandes realizações e grandes obras. Esse campo democrático haverá de se reorganizar e apresentar bons nomes para o governo, o Senado e as chapas de deputados federais”, afirmou.









